Paraguai: Contra governo, camponeses fazem greve de fome

Camponeses paraguaios continuam nesta sexta-feira (26) os protestos iniciados nesta semana contra o governo. Os manifestantes bloquearam estradas no interior do país e iniciaram uma greve de fome em frente ao edifício do Congresso, em Assunção.

Camponeses paraguaios - La Nación

Na madrugada desta sexta (26) foi informado que ao redor de 1.200 trabalhadores retomaram o bloqueio da estrada 1, no departamento (estado paraguaio) de Misiones, pelo terceiro dia consecutivo, para exigir o pagamento do subsídio para indenizá-los pelas perdas durante a seca.

As mobilizações foram realizadas em três pontos diferentes do departamento: San Patricio, Santa Rosa e Santa María, lugares nos quais é realizada a principal manifestação, convocada pelas organizações que os agrupam. Os protestos estão sendo realizados desde quarta-feira (24) e os trabalhadores, munidos de paus, fecham totalmente o caminho, na altura do quilômetro 238 do cruzamento Santa María, região de maior concentração.

Durante a noite, os camponeses liberaram a via, para depois retomar a manifestação à luz do dia, mas anunciaram que a mobilização seguirá enquanto não exista resposta por parte do governo, comprometido a entregar uns 250 dólares à cada agricultor.

Por outra parte, a Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Camponesas disse que também exigem a reincorporação de 1.200 produtores excluídos do Registro Nacional de Agricultura Familiar, que deverão receber o subsídio correspondente.

Igualmente, exigiram o pagamento imediato dos atrasos aos beneficiários dos programas sociais Tekoporá e Terceira Idade, Saúde e Educação, aprovados durante o governo do destituído presidente Fernando Lugo, uma dívida acumulada de seis meses.

Greve de fome

Enquanto isso, quase uma centena de camponeses da Comissão Vicinal Santa Luzia, no departamento de Alto Paraná, uma parte deles em greve de fome, permanecem acampados em frente ao Parlamento exigindo que se cumpra a entrega de terras que foi prometida, pois vivem em barracas há anos.

Eles são acompanhados há quase três semanas por suas famílias, incluindo mulheres e crianças, e exigem ao governo a expropiação de uma parte do latifúndio do empresário Tranquilo Favero que, segundo assinalam, foi obtido de forma fraudulenta.

Federico Ayala, dirigente da Comissão, denunciou que Favero distribuiu dinheiro aos legisladores, que decidiram engavetar o projeto de expropiação pelo Estado das terras mencionadas.

Fonte: Prensa Latina