Sem democracia, Paraguai não volta para o Mercosul

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou, nesta segunda-feira (22), que as eleições, por si só, não garantem o retorno do Paraguai à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e ao Mercado Comum do Sul (Mercosul). Também não existe a possibilidade de o país ser reintegrado aos blocos regionais antes de abril, quando se realizam as eleições presidenciais, ao contrário do que foi especulado pela imprensa nos últimos dias.

Patriota - Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Baseados em uma declaração de Patriota, os jornais brasileiros começaram a cogitar a possibilidade de o país vizinho poder voltar ao Merscosul e Unasul antes mesmo da realização das eleições. Patriota teria dito que, "em tese", o Paraguai poderia voltar, caso os presidentes dos demais países entendessem que há no país "uma plena vigência democrática". Nesta segunda (22), o ministro fez questão de desmentir os boatos.

“Não há indicação de que a suspensão do Paraguai seja revogada sem que haja algum fato que garanta a plena vigência da democracia. Sem eleições, é difícil que haja mudanças. Mesmo depois das eleições, a situação tem de ser observada”, disse Patriota.

No início de novembro, membros da Unasul se reunirão em Lima, capital do Peru, para discutir a suspensão, que foi ratificada em agosto passado. Segundo Patriota, no entanto, não deverá haver nenhuma mudança em relação ao tratamento dado ao Paraguai.

Golpe de Estado

Em 22 de junho passado, o então presidente paraguaio, Fernando Lugo, sofreu processo de impeachment que durou menos de 36 horas, o que gerou discordância entre membros da comunidade internacional, que consideraram o ato quebra de constitucionalidade, uma vez que Lugo não teria tido direito à ampla defesa.

Com Agência Brasil