Rússia reitera apoio a esforços de paz na Síria

A Rússia reiterou nesta segunda (29) o respaldo aos esforços da ONU e da liga Árabe para conseguir uma trégua na Síria e o início de um diálogo político, sob o espírito dos acordos da conferência de Genebra.

Ao concluir as conversas oficiais com o enviado da ONU e da liga Árabe (A), Lakhdar Brahimi, o chanceler russo, Serguei Lavrov, declarou que o propósito crucial nestes momentos é ajudar com a pacificação da situação síria, a fim de preparar o caminho das negociações entre as partes beligerantes.

Ele disse que, desde o início, seu país respaldou o trabalho de Brahimi e de sua equipe, em relação à trégua proposta ao governo sírio e aos agrupamentos armados opositores, que não têm respeitado o chamado ao cessar-fogo.

A esse respeito, Lavrov instou todos os atores internacionais a enviarem às partes sírias o mesmo sinal, "cessar a violência e começar as negociações".

Ele expressou que ambos (ele e Brahimi) compartilham o valor e a vigência do comunicado emitido em Genebra como preparativo da conferência sobre Síria, em junho passado, o qual reflete "a posição mais estendida dentro da comunidade internacional e que contou com a participação de quase todos os principais interlocutores internacionais".

O chanceler recordou que, em essência, o documento sublinha a necessidade de que cesse o quanto antes todo tipo de violência para que o governo e a oposição levem a cabo o diálogo.

Sobre essa base, Moscou apoiou a iniciativa de trégua, do enviado da ONU, durante a festa muçulmana de Eid Adha (Dia do Sacrifício), embora não se tenha conseguido um verdadeiro fim das hostilidades nesse país árabe, onde continuam os ataques e atentados por parte da oposição armada, constatou Lavrov.

O chefe da diplomacia russa manifestou que, ante a situação de permanente violência, a principal tarefa deve se centrar em convencer as partes sobre um verdadeiro cessar-fogo e a possibilidade de sentar à mesa de diálogo.

Ele agregou que, para isso, a Rússia apoiará o regresso a Síria da missão de observadores da ONU, mas aconselhou a outros atores internacionais "não atiçarem nenhuma das partes a prosseguirem com a violência".

Brahimi, por sua vez, disse que está disposto a colaborar com todos os interlocutores mundiais para pôr fim ao banho de sangue na Síria.

O povo sírio merece esse respaldo, sublinhou ao mesmo tempo em que lamentou que o chamado ao cessar das hostilidades não se tenha escutado.

O diplomata esclareceu que, por enquanto, não existem planos de enviar a Damasco uma missão de observadores, e só se leva a cabo um trabalho preparatório em caso de surgir uma situação de emergência, agregou.

A Chancelaria russa disse em um comunicado que só os sírios decidirão a futura configuração política do Estado, a instâncias do diálogo nacional, sem ingerências nem imposições de receitas do exterior.

Fonte: Prensa Latina