João Ananias defende distribuição justa dos Royalties do Petróleo

Ele destacou ainda a importância da votação do PL 2565/2011 acrescentando que não é justo manter os dividendos para dois ou três estados, em detrimento dos outros 24 estados e o Distrito Federal. “Quando surge uma oportunidade de tentar minorar as desigualdades crônicas, através de uma distribuição mais justa dos dividendos do petróleo, aparecem os habituais detentores desses privilégios, tentando no grito, mantê-los a todo custo”.

Discurso na íntegra

Como Deputado nordestino, venho à Tribuna desta Casa para reforçar a importância da votação hoje, do PL 2565/2011, que distribui os Royalties do petróleo. Assistimos ao longo da tramitação deste projeto defesas acaloradas por parte dos parlamentares dos ditos "estados produtores", propondo a manutenção do "Status Quo", ou seja, manter para dois ou três estados dessa nossa imensa e desigual federação chamada Brasil, privilégios em detrimento dos outros 24 estados e o Distrito Federal.

Como se deu a profunda desigualdade interregional no nosso País? O histórico fluxo dos investimentos apontou sempre na direção do Sul e Sudeste. Indústria automobilística, siderurgia e outras, que puxaram o desenvolvimento das mesmas, abandonando a própria sorte as demais, principalmente as regiões Norte e Nordeste. Prevaleceu a seca e suas nefastas consequências como a fome, êxodo rural e outras mazelas que persistem como tatuagens na vida do nosso povo nordestino.

Quando surge uma oportunidade de tentar minorar essas desigualdades crônicas, através de uma distribuição mais justa dos dividendos do petróleo, os tais royalties, aparecem os habituais detentores desses privilégios, furiosos, tentando no grito, mantê-los a todo custo. Ouvi de um Deputado do Rio de Janeiro que eles estavam numericamente inferiorizados nessa disputa, pois eram cinquenta e poucos deputados dos dois estados, Rio de Janeiro e Espírito Santo, contra quatrocentos e muitos, que representam os demais estados brasileiros, e mesmo assim esbravejava contra a distribuição mais equânime e justa, como defendemos. O princípio democrático da maioria, que nesse caso está patente, é desprezado, já que a razão, que deveria ser o norte, por conta da pobreza dos demais estados e municípios de nosso País, não foi levado em consideração.

Manifesto o meu mais veemente protesto contra todos que queiram manobrar contra a oportunidade de fazermos justiça, melhor distribuindo as riquezas do nosso Brasil.

Era só Sr Presidente.

Fonte: Assessoria deputado federal João Ananias (PCdoB-CE)