Universitários mártires são homenageados na UnB

Amanhã, às 8h30, o auditório da Reitoria da UnB receberá uma homenagem a Honestino Guimarães, Paulo de Tarso e Ieda Delgado organizada por contemporâneos e amigos.

A memória talvez seja a única ferramenta que o presente tem para emendar os enganos do passado. Serve como alerta para que novos atentados aos direitos e às liberdades civis não sejam tolerados. A lembrança é uma engrenagem da justiça e uma pressão sobre o sigilo.

Para quem perdeu alguém ou sobreviveu à ditadura militar no Brasil (1964-1985), esquecer a história simplesmente não é uma opção. Eles ainda lutam para conseguir que os acusados de torturar e assassinar opositores ao regime recebam a devida punição. Inclusive aqueles que deram fim à vida de Honestino Guimarães, de Paulo de Tarso Celestino e de Ieda Delgado, todos estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e militantes da resistência desaparecidos entre 1971 e 1974.

Amanhã, às 8h30, o auditório da Reitoria da UnB receberá uma homenagem aos três, organizada por contemporâneos e amigos. Eles formam o Coletivo da Oca ao Centro Olímpico — nome dado em referência ao alojamento estudantil feito em madeira, apelidado de “oca”.

Mais do que relembrar a história do trio, o grupo fará novo apelo para que o país puna os algozes de quem lutou contra o governo militar. “O Honestino, a Ieda e o Paulo são simbólicos, mas o ato serve também para homenagear os sobreviventes e reafirmar que o torturador não tem perdão e esse crime não prescreve”, explica o físico Álvaro Lins, 63 anos, amigo e ex-colega de UnB de Honestino.