Cuba denuncia impactos do bloqueio dos EUA na educação superior

O bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba limita o acesso a equipamentos e recursos para universidades do país e encarece sua compra, denunciou em Havana a vice-ministra de Educação Superior Miriam Alpizar.

De acordo com a vice-ministra, as sanções e proibições vigentes por mais de meio século têm particular impacto em carreiras relacionadas à ciência e ao estudo de línguas estrangeiras, a partir das necessidades tecnológicas como laboratórios e equipamento.

Além disso, o bloqueio de Washington afeta os trabalhos investigativos nos centros cubanos de Educação Superior, onde são frequentes as dificuldades para obter reagentes e insumos.

Em declarações à televisão, Alpizar mencionou o obstáculo que o bloqueio representa para a aquisição de microscópios eletrônicos de varredura, instrumento com aplicações docentes na biotecnologia e biofarmácia.

Só pudemos comprar um equipamento da China, se não existisse o bloqueio, teríamos acesso ao mesmo nos Estados Unidos ou em alguma fábrica da região ligada a empresas norte-americanas, o que reduziria o custo e com isso a possibilidade de obter mais microscópios, apontou.

O bloqueio mantido por sucessivas administrações estadunidenses impede o comércio com Cuba ou a aquisição de meios com tecnologia ou componentes da nação nortista.

Outro impacto visível na Educação Superior está ligado ao ensino das línguas estrangeiras, sobretudo na instalação de laboratórios especializados, explicou a vice-ministra do setor.

Segundo Alpizar, devido ao cerco imposto pela Casa Branca foram adquiridos só sete desses laboratórios.

Priorizamos os módulos para as universidades que ensinam idiomas, sem as sanções de Washington poderíamos ter comprado uma maior quantidade com o mesmo financiamento, explocou.

A vice-ministra mencionou também gerenciamentos realizados para adquirir importantes equipamentos para as carreiras de economia.

Acessamos com esse propósito o site de uma empresa estadunidense, portal no qual está publicada a lei federal que proíbe o comércio com Cuba, disse.

Na próxima terça-feira, a Assembleia Geral da ONU debaterá a Resolução 66/6 sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio.

Desde 1992, a comunidade internacional tem demandado nesse fórum o fim do cerco, que, segundo o governo cubano, já provocou danos no valor de 1 trilhão e 66 bilhões de dólares, considerando a depreciação da divisa estadunidense com relação ao ouro.

Fonte: Prensa Latina