Dia Nacional de Apoio exige demarcar terras para Guarani e Kaiowá

Nesta sexta-feira (9), indígenas de vários povos e diversos movimentos sociais realizaram o Dia Nacional de Mobilização em Apoio ao Povo Guarani e Kaiowá. Eles exigem a imediata demarcação de terras para os povos indígenas que vivem ameaçados de morte por pistoleiros nas terras de seus ancestrais no Mato Grosso do Sul.Confira a reportagem exclusiva da TV Vermelho sobre as mobilizações.


Entenda o caso

Os povos indígenas Guarani e Kaiowá divulgaram uma carta, em 10 de agosto deste ano, denunciando inúmeros crimes cometidos contra indígenas de suas aldeias. A carta, interpretada como um aviso de suicído coletivo, espalhou-se pelas redes sociais e impediu que a Justiça Federal despejasse os indígenas de pelo menos uma das aldeias localizadas no Mato Grosso do Sul.

Porém, ainda há outras duas aldeias ameaçadas de despejo. No total, cerca de 400 famílias habitam o território disputado à bala por latifundiários de soja e de cana. Em entrevista à TV Vermelho, Sassá Tupinambá que voltou hoje do MS para as atividades realizadas no Vão Livre do Masp, em São Paulo, relata: “O clima está muito tenso. Há muita insegurança nas aldeias Guarani e Kaiowá”.

Nem mesmo a aldeia que — graças ao recurso do governo federal no STF (Supremo Tribunal Federal) — não foi despejada está assegurada no território, afirma o Tupinambá. “Cada juíz dá um parecer diferente sobre a questão. Nunca se sabe o que pode acontecer. Só a demarcação pode por fim ao genocídio do povo Guarani e Kaiowá.”

Sassá também reivindica mais atenção do Estado aos povos indígenas. “As aldeias foram abandonadas pelo Estado. Não há assistência médica, alimentos, nenhum tipo de ajuda. Por isso nos mobilizamos nacionalmente para dar apoio político e buscar doações para os povos Guarani e Kaiowá.”

Inúmeras mobilizações ainda acontecerão neste sábado (10) e domingo (11). Para saber das atividades na sua cidade, consulte o Blog do Comitê Internacional de Solidariedade ao Povo Guarani e Kaiowá ou visite a página nacional do movimento no Facebook.

Por Carla Santos,
De São Paulo

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