Programa eleitoral de Correa aprofundará a Revolução Cidadã

Com um programa de governo baseado em 10 eixos, a chapa eleitoral do atual presidente Rafael Correa e de seu ex-ministro coordenador de Setores Estratégicos, Jorge Glas, aspira obter o apoio maciço do povo equatoriano, principal beneficiário do plano.

Correa – que no último sábado (10), durante a segunda Convenção Nacional do Movimento Alianza País, recebeu o apoio entusiasmado de cerca de 20 mil delegados para sua reeleição -, fundamentou a escolha do vice-presidente Glas, por sua eficiência no desenvolvimento de setores-chave para país.

Conhecido como promotor das mudanças fundamentais no desenvolvimento das telecomunicações e geração de energia elétrica, Glas atenderá, precisamente aos setores decisivos de petróleo, água, energia, telecomunicações, petroquímica, siderurgia e hidrelétrica.

O líder governante explicou que, nestes seis anos de mandato, foram cumpridos os cinco eixos propostos em 2007, mas ainda não estão encerrados, e agora serão acrescentados mais cinco, em resposta às necessidades crescentes para o desenvolvimento nacional.

"Assim aconteceu com o primeiro eixo: a revolução democrática e constitucional, consagrada na Constituição de Montecristi, aprovada por maioria esmagadora do povo do Equador, em 2008, e que mudou essa instituição neoliberal e lançou as bases para essa Pátria nova, solidária e socialista ", disse.

Mas, segundo ele, ainda há muitas leis por aprovar e "esse será o papel fundamental de nossa Assembleia, para continuar com essa revolução democrática e constitucional durante os quatro anos do próximo período de mandato do governo".

O segundo eixo é a revolução econômica, de produção e de trabalho, incluindo a revolução agrária. "O nosso sistema é muito diferente do que encontramos, destaca-se o valor do trabalho humano, a supremacia do trabalho sobre o capital, não em função do FMI", completou. "Mas ainda há muitos desafios: a diversificação da matriz produtiva, mudança no padrão de acumulação", disse ele.

O terceiro eixo é a revolução social. "O resgate de direitos, isso é algo que ninguém pode tirar, e aqui nos tinham roubado a educação, a saúde, a habitação, as oportunidades. Doa a quem doer, antes se socializavam as perdas, agora se socializam os ganhos", afirmou.

O quarto eixo é a luta contra a revolução corrupção, a revolução da ética. "Não é suficiente não roubar, mas também é corrupção passiva quem vê roubar e não denuncia", disse. E destacou que jamais se permitirá esta falta de ética, em todos os níveis, e continuarão denunciando as mentiras.

O eixo cinco é arevolução da soberania e da dignidade da Pátria Grande. Ele ressaltou que "o Equador liderou o processo de integração sul-americana e latino-americana e aí está esta maravilha chamada Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e aí está outra maravilha chamada Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Falta muito caminho por percorrer e vamos continuar caminhando nos próximos quatro anos."

O sexto eixo é a revolução ambiental, "porque devemos nos comprometer a cuidar do único planeta que temos", e disse que este tópico inclui muitas coisas, melhorar os combustíveis , ter aparatos mais eficientes, sistemas de transporte alternativo menos contaminantes, entre outros.

O sétimo ítem é a revolução da justiça. "Iremos inaugurar verdadeiramente a justiça para todos e todas, e não apenas para grupos econômicos poderosos, graças à Consulta Popular".

O oitava eixo é a revolução do conhecimento, da ciência e tecnologia. "Temos que ser muito mais ousados, e trabalhar duro no próximo período para deixarmos de ser escravos, dependentes."

O nono eixo, a revolução urbana, "vai contra a anarquia nas cidades, o tráfico de terras, um dos maiores problemas que temos e que tem feito mais pobres os pobres."

E, por fim, o décimo eixo: a revolução cultural. Correa denunciou que a "alienação cultural é outra forma de dominação do imperialismo. Devemos promover nossos valores culturais e precisamos de uma mudança cultural, talvez a mais importante."

Fonte: Prensa Latina