Damasco vive ofensiva militar

No entanto, muitos sírios desta parte da cidade, onde termina o bairro de Mezzeh, uma região de classe média misturada com classes trabalhadoras de bairros das colinas vizinhas, se mantêm calmos diante do que acontece.

Mulheres, idosos, crianças e moradores em geral às vezes olham para o céu, onde helicópteros giram enquanto ganham altura e disparam foguetes ou metralham contra imóveis ao sul da cidade.

Na região, há dias acontece uma ofensiva do Exército contra grupos armados que dispararam morteiros contra áreas povoadas de Damasco, em Mezzeh e Al-Midan.

Segundo suposição de porta-vozes dos grupos irregulares, nessas localidades, os alvos são alawitas que apoiam o governo do presidente Bashar Al-Assad, mas na realidade ali residem sunitas, ismaelitas, cristãos, drusos e curdos, ou seja, sírios de diversas confissões.

Ainda ao meio-dia eram ouvidos barulhos de aviões e helicópteros que sobrevoavam e participavam das operações contra imóveis dos arredores da capital, mas pertencentes à província de Damasco Campo.

Em Damasco não há combates nem confrontos armados, mas em áreas do bairro de Al-Tadamoun, na periferia sudeste, ocorreram alguns choques nos últimos dias, assegurou uma fonte oficial.

Nesta terça-feira durante a madrugada, foram ouvidas descargas de fuzilaria e artilharia para a sul localidade de Dareya, a cerca de 12 quilômetros daqui, onde há presença de grupos armados.

De acordo com moradores do bairro de Mezzeh, os grupos armados, integrados em sua maioria por mercenários, são como a erva daninha, que é cortada mas volta a brotar, pois os choques nos arredores da capital se estendem desde julho deste ano.

Embora aqui a crise de violência tenha aumentado há alguns meses, é a primeira vez que nesta parte da cidade se ouve o voo de aviões de combate.

Não obstante, há algumas semanas, o Exército Árabe Sírio (EAS) combate grupos terroristas, como são chamados pelas autoridades, na região de Goutha Oriental, e utiliza forças combinadas do Exército e da aviação.

Apesar deste ambiente de guerra, a população de Damasco mantém sua vida normal, o tráfego congestiona as avenidas principais, os comércios permanecem abertos e a atividade não reflete a agressão que o país enfrenta.

Fonte: Prensa Latina