Reino Unido admite: intervenção na Síria pode ocorrer em breve

O Chefe do Estado Maior da Defesa do Reino Unido, o general David Richards, disse em uma entrevista à BBC, que seu país tem planos de contingência para uma resposta "limitada", se a situação se agravar na Síria.

O reconhecimento da existência deste tipo de planos é a maior prova até agora de que a política britânica parece ter passado de admitir que queria organizar e ajudar os dispersos grupos rebeldes sírios à consideração de uma ação militar.

"A situação deste inverno creio que pode se deteriorar e poderia causar chamados para intervir de forma limitada", disse o general Richards. Na mesma linha, o ministro da Defesa, Phillip Hammond, também confirmou que o Reino Unido não descarta uma intervenção militar, mas ainda considerada tentar superar as objeções de Rússia e China para obter uma dura resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando o governo de Bashar al Assad.

Hammond disse que o trabalho "principal" no Reino Unido está focado em garantir que o conflito não "se estenda a países como Líbano, Jordânia e Turquia", enquanto o general Richards confirmou que poderia haver soldados britânicos deslocados em países vizinhos da Síria.

"São nossos aliados e contamos com um pequeno número de pessoas deslocadas lá. Continuamos muito vigilantes. Enquanto isso, estamos fazendo planos para assegurar que poderemos lidar com os desastres que podem ocorrer ", disse o chefe de gabinete.

No entanto, Marcus Papadopoulos, editor da revista "Polítics", disse que não acredita que o anúncio sobre a intervenção deva ser levado muito a sério.

"Eu acho que está mais delineado revigorar os rebeldes sírios – que são delegados do Ocidente – e ao mesmo tempo tentar assustar o governo do presidente Al Assad e desmoralizar as forças armadas sírias", disse ele.

Outra opção que Londres está considerando inclui a modificação do embargo comercial da União Europeia, de 2011, que permite o envio de armas para os rebeldes por razões "humanitária". No entanto, as fontes diplomáticas da ONU ressaltaram que se o Reino Unido estudar a questão do fornecimento de armas, estará contradizendo as recomendações do Conselho de Segurança da ONU.

Fonte: Russia Today