Crise na segurança derruba secretário

A onda de violência que assola São Paulo fez uma nova vítima: o Secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto. Ele entregou o cargo nesta quarta-feira (21) ao governador Geraldo Alckmin, que convocou o ex-procurador de Justiça Fernando Grella Vieira para substituí-lo.

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Ao comentar o pedido de demissão, Alckmin procurou lustrar a imagem do ex-funcionário. "O secretário Ferreira Pinto trabalhou conosco quase sete anos, foi um bom secretário Administração Penitenciária e secretário da Segurança Pública", afirmou.

Mas a situação de Ferreira Pinto no cargo estava delicada desde que se envolveu em polêmica com o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, acerca de ajuda federal oferecida para combate ao crime.

À ocasião, o agora ex-secretário disse que o auxílio não havia sido oferecido e que o ministro se posicionava com fins políticos. Agora, os governos federal e estadual firmaram parceria e estabeleceram seis pontos de união de forças para combater o crime organizado.

Outra polêmica envolvendo Ferreira Pinto foi a declaração, dada no início de outubro, relativizando a força da facção criminosa que atua no estado. "A facção é bem menor do que dizem. Não chega a 30 ou 40 indivíduos que estão presos há muito tempo e se dedicam ao tráfico", disse na ocasião. Os fatos parecem desmentir a opinião do ex-secretário, tendo em vista que 93 policiais militares foram assassinados, desde o início do ano, no estado.

A crise continua

Fernando Grella Vieira, o novo secretário que toma posse amanhã (22), terá grandes desafios pela frente, pois a onda de violência não dá sinais de arrefecimento.

Só no mês de outubro, segundo balanço do próprio governo estadual, a capital registrou 145 homicídios, alta de 86% em relação a outubro do ano anterior. A madrugada de terça para quarta voltou a alarmar a população: 10 pessoas morreram e 13 foram feridas na grande São Paulo.

Fernando Borgonovi, com agências.