Mesmo com trégua, Israel não deixará de realizar "ações" em Gaza

Após o anúncio de que o regime de Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) teriam chegado a um acordo de trégua, após oito dias de agressão militar israelense que resultou na morte de 151 palestinos, na região da Faixa de Gaza, o premiê Benjamin Netanyahu afirmou que não vai haver um fim das "ações" antipalestinas na região.

A trégua, anunciada nesta quarta-feira (21) pelo chanceler do Egito, Mohammed Kamel Amr, começa a valer às 21h locais (17h de Brasília), segundo o diplomata, que fez o anúncio ladeado pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, com quem se reuniu por mais de duas horas.

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O regime israelense se posicionava contra o acordo, mas acabou cedendo à pressão do regime norte-americano depois de uma conversa entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o premiê de Israel, Netanyahu.

"Netanyahu falou rapidamente com o presidente Barack Obama e concordou com sua recomendação de dar uma chance à proposta de cessar-fogo egípcia, e desta forma fornece uma oportunidade para estabilizar a situação e acalmá-la antes que mais ações fortes sejam necessárias", disse a nota israelense.

Apesar de haver desde a véspera a expectativa da trégua, o exército de ocupaçõa israelense continuou bombardeando edifícios e habitações na Faixa de Gaza nesta quarta.

O balanço de vítimas mais recente é de ao menos 154 palestinos mortos, 1.180 palestinos feridos, 5 israelenses mortos (1 militar e 4 civis) e 94 israelenses feridos nos oito dias de conflito.

O estopim da violência foi uma agressão militar israelense em Gaza, que assassinou um dos líderes da Resistência Islâmica, Ahmed Jaabali. Segundo testemunhas, ele dirigia seu carro quando o veículo explodiu. Seu guarda-costas também morreu.

Após a morte, a rádio do Hamas veiculou mensagens de palestinos pedidos vingança, ao mesmo tempo que organizações alertaram que iriam retaliar o ataque. "Israel declarou guerra em Gaza e eles irão carregar a responsabilidade pelas consequências", disse a Jihad Islâmica.

No dia seguinte à morte de Jaabali, foguetes disparados de Gaza mataram três civis israelenses, dando ao regime de Telavive o pretexto para uma ampla agressão contra os palestinos.

Os bombardeios dos últimos dias são a mais intensa ofensiva contra Gaza desde a invasão realizada há quatro anos na região, que assassinou 1.400 palestinos.

Com agências