A trégua é positiva se voltada para uma paz justa e duradoura
Depois de dias de sangue e destruições, a trégua é um importante resultado para a população palestina. Qualquer fato novo que permita ao povo palestino aliviar seu sofrimento não pode encontrar senão a opinião favorável dos comunistas italianos, que em todos estes anos não deixaram de prestar solidariedade a todos os palestinos.
Por Maurizio Musolino*
Publicado 24/11/2012 15:10
Porém, estamos conscientes de que nenhuma trégua e nenhuma paz poderá concretizar-se enquanto permaneça a ocupação da terra palestina por parte de Israel. A fragilidade desse cessar-fogo resulta mais uma vez da política neocolonialista e imperialista dos Estados Unidos, que há anos apontam para uma estruturação de toda a região através da fragmentação dos Estados nacionais e da exaltação das diferenças confessionais: a construção de um “grande Oriente Médio” é o objetivo, por outro lado, a aliança entre a Casa Branca e o Islã político representado pela Fraternidade Muçulmana é o instrumento que a atual administração estadunidense entende usar.
Por isto, os comunistas italianos consideram que tudo o que aconteceu nestes dias em Gaza é uma parte do mais vasto conflito que opõe as forças capitalistas a todos quantos no mundo árabe lutam pela autodeterminação, a soberania e mais direitos sociais e democráticos. Portanto, apoiar as legítimas demandas do povo palestino significa estar ao lado da parte mais sadia daqueles jovens árabes que nestes anos se opuseram aos velhos e aos novos regimes.
Em tudo isto sobressai a cumplicidade e a inadequação do governo Monti , que nestes meses não significou nenhuma descontinuidade em relação à desatrosa gestão da política externa nacional de Berlusconi. O ministro Terzi – e a União Europeia – intensificaram o papel de satélites dos Estados Unidos, confirmando-se ao mesmo tempo como submissos e promotores de políticas que nada têm a ver com os interesses da população. A declaração sobre a Síria, o silêncio sobre as bombas dos Estados Unidos em Gaza e as relações “fraternas” com as tiranias das petromonarquias do Golfo, a intensificação das relações militares e econômicas com Israel são a explicitação dessas políticas. Políticas que não são mais aceitáveis.
Os comunistas italianos reafirmam o pleno apoio à demanda feita pela OLP de reconhecimento da Palestina como membro da ONU e auguram da parte da Itália e da Europa uma resposta positiva, no sentido de relançar um diálogo baseado na justiça e na legalidade internacional.
Fonte: www.marx21.it
Maurizio Musolino é coordenador do Departamento Internacinal do Partido dos Comunistas Italianos (PdCI)
Tradução da redação do Vermelho