Rússia alerta sobre resposta de Israel contra a Palestina

A Rússia espera que Israel se abstenha de implementar qualquer medida destrutiva em resposta à decisão de elevar o status do povo palestino a Estado Observador nas Nações Unidas, assegurou o vice-chanceler Mikhail Bogdanov.

"Acho que Tel Aviv assumirá uma atitude equilibrada sobre este assunto e nós desejaríamos que não se apressassem a empreender nenhum passo destrutivo em relação a isso", afirmou em declarações à imprensa.

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"O apoio às políticas promovidas pela liderança palestina favorece tanto os interesses desse povo como os de Israel e toda a comunidade internacional", sustentou Bogdanov.

Ao explicar que a resolução aprovada na ONU não deve ser interpretada como uma alternativa ao processo de paz no Oriente Médio, mas que provém do direito legítimo do povo palestino, Bogdanov enfatizou a necessidade do diálogo palestino-israelense.

"Estas conversas devem começar assim que as partes acreditarem que sejam oportunas, naturalmente sobre bases internacionais aceitas legalmente pela ONU; refiro-me em primeiro lugar às resoluções do Conselho de Segurança", advertiu.

Reiterou o apoio de Moscou às legítimas aspirações do povo palestino de construir um Estado independente, que coexista pacificamente com Israel e outras nações vizinhas. A única via para consolidar estes laços é através das negociações e da busca de soluções mútuas que incluam todos os aspectos dos acordos de paz, indicou o diplomata.

Lamentou as dezenas de mortes de civis provocadas pelos recentes ataques de tropas israelenses à Faixa de Gaza, e o pânico que provocou na população israelense a resposta com mísseis de combatentes palestinos.

Qualificou de frágil a trégua atingida, e enfatizou que as partes devem se abster de qualquer ação unilateral que poderia abortar o processo de paz ou as conversas.

Nesse sentido, sublinhou, Moscou insta Israel a deter a construção ou a expansão de assentamentos judeus na margem oeste do rio Jordão e em Jerusalém do leste.

Um importante papel em todo este processo corresponde ao Quarteto Internacional de Mediadores (Estados Unidos, ONU, Rússia e União Europeia), enfatizou o vice-ministro russo.

"Tratamos de utilizar plenamente todo o potencial deste quarteto, mas simultaneamente mantemos em nossa agenda o propósito de acolher em Moscou uma conferência internacional sobre o Oriente Médio", concluiu o vice-chanceler.

Fonte: Prensa Latina