Eliana Gomes: Queremos uma geração mundial sem Aids
Neste sábado, 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, é dia de prevenção e sensibilização sobre os riscos das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Transformar a data em dia de referência à Aids foi uma decisão da Assembléia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).
Por Eliana Gomes*, especial para o Portal Vermelho
Publicado 01/12/2012 11:31 | Editado 04/03/2020 16:28
Hoje, a ONU atua no esforço mundial de interromper a epidemia de Aids nos próximos quatro anos, e divulgou, na última quarta-feira (29), as diretrizes a serem tomadas para produzir uma geração livre da doença já em 2016.
Sendo uma deficiência no sistema imunológico, associada com a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana HIV (Human Immunodeficiency Virus), provocando aumento na susceptibilidade a infecções oportunistas e câncer, a Aids ganhou caráter de epidemia mundial há pouco mais de 25 anos. De lá para cá, aprendemos que a principal saída para o problema é irromper o preconceito e a discriminação, assim como aumentar a prevenção. É neste perspectiva que nos colocamos no projeto contemporâneo de uma geração sem Aids, proposto pela ONU, que necessariamente deve investir em medicamentos para pessoas infectadas e uma ampla difusão da importância da camisinha, como real contraceptivo para o controle de DST’s. Um estudo no ano passado mostrou que a terapia anti-retroviral diminui as chances de uma pessoa ser infectada sexualmente em 96%. Proporcionando as mesmas drogas para uma mulher grávida as chances de transmissão para o bebê caem em 95%.
No Ceará, desde o primeiro caso conhecido em 1983, foram notificados 11.759 casos até outubro de 2012, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) de Aids. Destes, 70,0% foram no sexo masculino e 30,0% em mulheres. No ano de 2012, com dados ainda bem preliminares, foram confirmados 429 casos, sendo 230 (60,0%) residentes no município de Fortaleza. Os número chamam para o perigo da contaminação em pessoas mais jovens. Considerando o período de 1983 a 2012 a faixa etária de 20 a 49 anos de idade apresenta as maiores taxas de incidência de Aids com 9.630 casos (86,4%), confirmando que a principal forma de transmissão da doença é sexual. A contribuição das outras faixas etárias foi significativamente menor, sendo 1.013 (9,0%) adultos com 50 ou mais, 290 (2,6%) em menores de 13 anos, 207 (1,8%) em adolescentes de 13 a 19 anos.
Não temos dúvida de que a melhor forma de prevenção e o controle da Aids é combater a epidemia permanentemente, com articulação de diversos setores da sociedade, onde o setor saúde deve atuar com ações de promoção da saúde, contemplando o diagnóstico e tratamento precoce. É nisso que acreditamos.
*Eliana Gomes é Vereadora de Fortaleza pelo PCdoB