Paraguaios denunciam assassinato de dirigente camponês

Organizações camponesas, dirigentes políticos e entidades latino-americanas denunciaram a existência de motivação política no assassinato do dirigente camponês paraguaio Vidal Vega, morto a tiros na madrugada do último sábado (1).

Vidal Vega - Paraguai

Vega foi assassinado na frente da esposa e filhos na porta de casa, no distrito de Marina Cué, em Canindeyú, mesmo local onde um sangrento despejo provocou a morte de 11 trabalhadores e seis policiais, caso ainda não esclarecido.

Moradores da comunidade de Yby Pyta, à qual pertencia o dirigente, desmentiram a versão do promotor José Zarza, que classificou o crime como um ajuste pessoal de contas e disseram que o assassinato é continuidade daquele fato conhecido como o massacre de Curuguaty.

Vega foi testemunha excepcional do incidente utilizado para destituir o presidente Fernando Lugo e forneceu detalhes para um relatório independente, no qual se denunciaram mortes injustas de camponeses, negação de auxílio a feridos e prisões desnecessárias.

A Coordenadora Latino-americana de Organizações do Campo denunciou o assassinato a sangue frio do líder camponês e agregou que era conhecido por sua luta pela terra e organizava, neste momento, 500 hectares para trabalhadores carentes de terra.

“Exigimos uma investigação profunda e séria sobre esta morte, perpetrada no marco da luta social, e pedimos prisão aos responsáveis e justiça para a memória de Vidal Vega, ao mesmo tempo que apelamos à solidariedade internacional para denunciar este caso”, disse.

Por sua vez, Domingo Laíno, responsável pela Plataforma de Estudos Camponeses que busca esclarecer o que aconteceu no massacre de Curuguaty, afirmou que o ocorrido, evidentemente, foi obra de proprietários de terras, que enviaram capatazes para o assassinato.

Qualificou de grave o fato e lembrou que coincide com a chegada à zona dos quatro trabalhadores que estiveram 50 dias em greve de fome, sugerindo que suas vidas podem também correr perigo. Organizações camponesas anunciaram uma série de mobilizações em protesto pelo crime. 

Fonte: Prensa Latina