Artesanato baiano ganha selo de qualidade
Os primeiros produtos artesanais certificados da Bahia foram apresentados ao público nesta quarta-feira (05/12), em cerimônia no Palacete das Artes, em Salvador. Ao todo, 54 peças assinadas por 28 artesãos, foram contempladas com o Selo “A Bahia Feita à Mão”, inaugurando oficialmente o Programa de Certificação do Artesanato Baiano, lançado pelo Instituto Mauá em novembro do ano passado.
Publicado 05/12/2012 20:50 | Editado 04/03/2020 16:17
Concebido em parceria com o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Programa visa diferenciar e legitimar o artesanato do Estado através do Selo. “É uma forma de valorizar os nossos artesãos e de imprimir mais qualidade ao nosso artesanato já que, para obter a certificação, é preciso cumprir com requisitos socioambientais e ser representativo das manifestações culturais típicas da Bahia”, pontuou a diretora geral do Instituto Mauá, Emília Almeida.
O respeito e o cuidado com o meio ambiente, desde a extração da matéria-prima ao descarte de resíduos, a fidelidade às simbologias do Estado e a não utilização de mão de obra infantil são alguns dos principais Requisitos de Avaliação de Conformidade (RAC), elaborado em parceria com o Ibametro. “Inicialmente, fomos procurados pelo Mauá para fazer um regulamento para o artesanato baiano. O passo seguinte foi a efetiva auditoria dos produtores e seus produtos e, dos 29 artesãos auditados, somente um não foi certificado”, revelou o diretor geral do Ibametro, Eduardo Sampaio.
Este um, entretanto, terá nova chance de obter o Selo assim que adequar a sua produção ao RAC. Para os que já estão com os certificados em mãos, o discurso é de alegria. “Tô muito feliz mesmo e agradeço, de coração, ao pessoal do Mauá que nos apoiou”, comemorou Maria Elena, artesã de Morro do Chapéu que teve duas peças certificadas com o Selo. “A gente fica contente, porque vê que o nosso trabalho está sendo reconhecido”, endossou Jacira Cardoso, artesã de Salvador, também com dois produtos certificados.
Monitoramento
O Selo tem validade de três anos, mas serão realizadas auditorias anuais a cargo do Ibametro, de forma a garantir o cumprimento dos requisitos exigidos e, em consequência, a excelência das peças. “Mais do que agregar valor à peça, é o entendimento, para o artesão, da importância de cuidar da gestão da sua produção”, ratifica a coordenadora do Programa de Certificação e técnica do Mauá, Vera Ismerim.
Segundo ela, a intenção do Instituto é realizar avaliações regulares junto aos artesãos certificados, “pelo menos três vezes ao ano”, para monitorar e, quando necessário, aplicar capacitações assistidas em parceria com o Sebrae/BA, direcionadas às demandas de cada um. “Nosso papel de qualificação é parte integrante neste processo de capacitação. Queremos colocar o artesanato num patamar ainda maior de qualidade para gerar mais renda aos artesãos e valorizar a sua produção”, enfatizou a representante do Sebrae/BA, Flávia Gorone.
Melhor para os artesãos que, durante toda a solenidade, eram só sorrisos. “Não tem como explicar o que é um momento desse aqui. Um caipira, vindo de lá do ‘interiorzão’ e chegar até aqui, num meio desse, num glamour desses, não tem explicação. A sensação é indescritível”, afirmou Seu Armando “Canarana”, artesão desde os seis anos.
“A sensação de ganhar esse Selo é maravilhosa e a expectativa são as melhores possíveis, de melhorar em tudo; questão de estrutura, de organização”, afirmou o jovem Leandro Alves, integrante da mesma associação de artesanato de “Canarana”, em Morro do Chapéu, município com maior número de artesãos certificados – nove no total.
Novas certificações
A estimativa do Instituto Mauá é que, até março, mais 14 artesãos que estão em processo de auditoria, conquistem o Selo “A Bahia Feita à Mão”, totalizando outros 19 produtos. A meta do Instituto se estende até 2015 de certificação de 180 peças artesanais. “Num mercado regido pela padronização e homogeneização dos produtos, o Selo é um reconhecimento oficial do quão diferenciada é a nossa produção”, destacou o secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Nilton Vasconcelos.
“Nós superamos a meta prevista para o primeiro ano do Programa (que era de 40 produtos) e esperamos, daqui pra frente, não só a certificação de novos produtos, mas também o monitoramente para a revalidação dos já certificados”, arrematou.
Fonte: Ascom/Instituto Mauá