PSB ameaça sair do governo do DF mas está dividido

O secretário de Agricultura do Distrito Federal, Lúcio Valadão, e o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), José Guilherme Leal, deixaram os cargos que ocupavam no governo local.

A medida sinaliza a iminência da saída do PSB, partido ao qual ambos são filiados e que havia sido responsável pela indicação deles para os cargos, da base de apoio do governador Agnelo Queiroz.

A saída deve ser oficializada no próximo sábado, durante plenária regional do partido. Mas, segundo o presidente do PSB-DF, Marcos Dantas, a decisão está praticamente acertada e já foi aprovada por filiados de 16 zonas eleitorais em encontros realizados para discutir os rumos do partido. "Todas as plenárias indicam que não devemos continuar no governo e a tendência é a de que nós vamos sair mesmo", confirma.

Na semana passada, o próprio Dantas, pressionado pela militância, renunciou ao cargo que ocupava na Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap).

Há defensores da permanência no governo

Dentro do partido, contudo, alguns expoentes ainda defendem a permanência no governo Agnelo. Entre eles, o próprio Leal, que vai assumir cargo no Ministério da Agricultura. "Surgiu o convite e com essa instabilidade no cenário local, achei melhor aceitar. Mas temos um compromisso com o segmento da agricultura e muitas coisas ainda para realizar", diz Leal, defendendo que o partido siga participando da gestão.

O único deputado distrital do partido, Joe Valle (PSB), também diz que não concorda com a saída, mas afirma que apoiará a decisão da legenda. "Lamento essa ruptura, mas seguirei com minha independência na Câmara Legislativa do DF", disse.