Conflitos no Egito chegam à porta da residência presidencial

A área de residência do presidente do Egito foi palco nesta quarta-feira (5) de conflitos violentos. Segundo fonte oficial, pelo menos 211 pessoas ficaram feridas.

A Irmandade Muçulmana e outros partidos realizaram uma manifestação de apoio ao presidente Mohamed Morsi à porta da residência presidencial. No entanto, a manifestação acabou por gerar conflitos, quando apareceram simpatizantes da oposição.

Os confrontos continuaram até à madrugada desta quinta (6). As revoltas começaram com um decreto que aumenta os poderes presidenciais e pioraram quando foi agendado um referendo sobre a constituição para 15 de dezembro.

Numa outra manifestação, realizada na terça-feira (4) junto à residência presidencial, participaram cerca de dez mil pessoas. Os manifestantes exigiram a renúncia de Morsi e a formação de uma nova instituição constitucional com a participação de diversos partidos políticos.

A segurança presidencial acabaria por lançar gás lacrimogêneo aos manifestantes. Mais de 70 pessoas ficaram feridas durante este conflito. Os manifestantes montaram tendas e mantiveram o protesto.

No dia seguinte, simpatizantes do presidente Morsi chegaram ao local para retirar as tendas. A situação gerou confrontos entre as duas frentes.

A aliança da oposição "Frente de Salvação Nacional" anunciou após uma reunião de emergência que vai continuar a lutar até que o presidente Morsi apresente a sua renúncia.

Além da capital, também outras cidades sofreram com a escalada do conflito. Nas províncias de Suez e Ismailia, os gabinetes do Partido de Liberdade e Justiça – que pertencem à Irmandade Muçulmana – foram incendiados pela oposição. Oito pessoas ficaram feridas.

As alterações na Constituição estão também a provocar divergências no seio do sector jurídico. A Comissão Jurídica Suprema do Egito já deu o aval para a participação de juízes e procuradores numa fiscalização da votação.

Porém, algumas procuradorias opõem-se a esta fiscalização. O secretário-geral da Comissão Jurídica Suprema rejeitou o trabalho de supervisão à votação.

Ainda segundo a Agência de Notícias do Oriente Médio, agência oficial do Egito, três consultores do presidente renunciaram ao cargo e manifestaram apoio a Morsi.

Alguns partidos livres anunciaram que irão realizar uma grande manifestação no dia 7, para dar voz a todos aqueles que se opõem a uma mudança da lei.

Fonte: Rádio Internacional da China