Nádia Campeão anuncia a criação da Secretaria da Mulher de SP

"Nosso compromisso com as mulheres é profundo, por isso a criação da Secretaria das Mulheres em São Paulo, a partir de 1º de janeiro." Essa foi a declaração da vice-prefeita eleita de São Paulo, Nádia Campeão, durante participação no Seminário do Fórum das Mulheres, ocorrido nesta segunda-feira (10), no Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo. O evento é realizado pelo Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais (formado por CTB, Força Sindical, CGTB, UGT e NCST).

De acordo com informações do Portal da CTB, o evento contou com a presença de diversas categorias, do vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, e da vice-prefeita eleita de SP, Nadia Campeão, que surpreendeu as participantes ao anunciar a criação da Secretaria da Mulher de São Paulo.

“Nosso compromisso com as mulheres é profundo, por isso a criação da Secretaria das Mulheres em São Paulo, a partir de 1º de janeiro. Tenho orgulho, em especial, dessa secretaria, que promoverá o debate e forte intervenção nas questões da violência doméstica, assédio e da igualdade de oportunidades. Será um espaço de ação concreta em São Paulo. Temos quatro anos pela frente e precisamos de apoio para construir uma secretaria forte, que veio para ficar”, afirmou Nádia Campeão.

Raimunda Gomes, a Doquinha, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, destacaou a centralidade do seminário e frisou que o evento "visa fortalecer a Audiência Pública promovida pela CPMI de Enfrentamento à Violência. Porque esse debate não deve ser feito apenas hoje, mas todos os dias. É preciso cobrar a Aplicação da Lei Maria da Penha, porque a violência contra as mulheres ainda é muito grande. O poder público e o judiciário precisam unificar as forças para reverter esse cenário, disponibilizando ferramentas e ações que visem conter essa demanda”.

Mapa da violência

Segundo dados da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher, desde a década de 1980 foram assassinadas no país perto de 91 mil mulheres, 43,5 mil só na última década. O número de mortes nesses 30 anos passou de 1.353 para 4.297, o que representa um aumento de 217,6% – mais que triplicando – nos quantitativos de mulheres vítimas de assassinato.

De acordo com o Mapa da Violência 2012, de 1996 a 2010 a taxa de assassinatos de mulheres girou em torno de 4,5 homicídios para cada 100 mil mulheres. Espírito Santo, com sua taxa de 9,4 homicídios em cada 100 mil mulheres, mais que duplica a média nacional e quase quadruplica a taxa do Piauí, estado que apresenta o menor índice do país.

Com o objetivo de desenhar o mapa da violência, a CPMI tem realizado audiências nos estados mais violentos do Brasil para as mulheres. A Comissão já esteve no Distrito Federal e em 15 estados: Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Alagoas, Paraná, São Paulo, Bahia, Paraíba, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Pará.

Dados da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) revelam aumento da formalização das denúncias. Os atendimentos da central subiram de 43.423 em 2006 para 734.000 em 2010, quase dezesseis vezes mais.

Ampliação de unidades de atendimento

Hoje funcionam 16 delegacias de atendimento em todo o país, com funcionamento durante horário comercial.

A deputada federal Keiko Ota, que é vice-presidente da CPMI de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, relatou que o Brasil ocupa o 7º lugar em números de assassinatos de mulheres em função da violência doméstica. “O foco do trabalho desta CPMI não é somente acabar com as mortes, mas com qualquer tipo de violência que ocorre contra as mulheres”, enfatizou a deputada, ressaltando que “um dos principais motivos pelo aumento da violência contra as mulheres é o medo das vitimas em denunciar os seus agressores”.

Da Redação em São Paulo
Com informações do Portal da CTB