Assad: não dialogaremos com marionetes fabricadas pelo Ocidente

Em discurso de 50 minutos proferido, em Damasco, neste domingo (6), o presidente da Síria, Bashar al-Assad, fez um apelo à reconciliação nacional no país. Após cinco meses, o presidente sírio volta a dirigir-se publicamente à população, em um discurso para um público amplo e entusiasmado com as palavras do mandatário.

O presidente, que chegou sob os aplausos de centenas de pessoas que gritavam "por nossa alma e por nosso sangue, nós nos sacrificaremos por ti!", também garantiu que, se houver uma transição, ela deve ser realizada "em conformidade com os termos da Constituição", em referência a eleições.

Bashar al-Assad sugeriu um esforço de reconciliação nacional, com uma nova Constituição e um novo governo. "A Síria vive hoje um ataque sem precedentes e a solução para esse conflito só se dará através da participação popular", reafirmou Assad.

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Durante o discurso, Assad voltou a falar do empenho das nações amigas para construir uma solução política para o conflito no país, mas avisa que é preciso continuar a combater o terrorismo contra o Estado e combater aqueles que pretendem dividir a Síria. "Não dialogaremos com marionetes fabricadas pelo Ocidente", disparou.

Como havia sinalizado, o presidente apresentou um plano com cinco pontos, que prevê um cessar-fogo e a presença de observadores internacionais para monitorar a implementação desta iniciativa. O projeto ainda prevê a convocação de uma assembleia constituinte para elaborar nova Constituição e a formação de um governo de união nacional e eleições livres para formar um novo parlamento.

O presidente sírio falou pela última vez em público no dia 3 de junho, quando se dirigiu ao Parlamento em Damasco. Em novembro, concedeu uma entrevista a uma rede de televisão russa na qual rejeitou a ideia do exílio, afirmando que viveria e morreria na Síria.

A proposta de paz

De acordo com Assad, uma das propostas seria buscar a suspensão do financiamento e fornecimento de armas provenientes de diferentes países árabes e do Ocidente aos bandos armados que entram na Síria para "decapitar e esquartejar os cidadãos".
 
Além disso, ele destacou a criação de mecanismo para garantir a segurança da fronteira, que faz parte da terceira etapa, quando teriam início conversações com todos os intervenientes na sociedade síria, partidos políticos, movimentos sociais, entre outros, que querem encontrar uma solução para o conflito que vive a nação.

Passos para a solução política

O presidente disse ainda que após a divulgação da proposta de paz, o povo sírio vai formar um governo ampliado representando todos os setores, que são responsáveis ​​para a apresentação da nova constituição a referendo.

Depois de aprovadas as eleições parlamentares, será criado um novo governo, formado com base na nova Constituição. Uma vez alcançada, será realizada uma conferência de reconciliação e declarada uma anistia para a libertação de prisioneiros.

Ele esclareceu que qualquer transição na Síria, tem que correr por meios constitucionais.

Reação imperialista

Em reação, a União Europeia voltou a dizer que as intenções não bastam, e que Bashar al-Assad tem de abandonar o poder para que possa ser possível uma transição. 

A oposição síria rejeita as propostas de Assad. O porta voz da coligação nacional síria diz que Assad apenas tentou esvaziar os esforços da comunidade internacional no sentido de uma solução para o conflito.

Com agências