Preços da cesta básica tiveram alta generalizada em 2012

Os preços da cesta básica tiveram alta generalizada, em 2012, nas 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, segundo levantamento divulgado hoje (7). Em nove cidades, a elevação foi acima de 10%, com destaque para três municípios da região Nordeste: Fortaleza (17,46%), João Pessoa (16,47%) e Recife (15,26%).

Na cidade mais populosa do país, São Paulo, a cesta aumentou 9,96%. O instituto apurou ainda altas de 11,32% em Brasília, 10,18% em Belo Horizonte, 7,20% no Rio de Janeiro e 6,32% em Porto Alegre. A capital gaúcha teve a segunda menor variação, à frente de Vitória (5,63%). Cinco produtos subiram em todas as cidades: arroz, feijão, óleo de soja, manteiga e café.

Apenas em dezembro, de 18 capitais (o Dieese passou a calcular os preços também em Campo Grande), a cesta básica aumentou em 15, atingindo 10,61% em Goiânia, 3,58% no Rio e 3,41% em Brasília. As três capitais com queda no último mês do ano foram Natal (-2,75%), Vitória (-1,50%) e Aracaju (-0,76%).

O maior valor da cesta continuou sendo o de São Paulo: R$ 304,90. Em seguida, vieram Porto Alegre (R$ 294,37), Vitória (R$ 290,89) e Belo Horizonte (R$ 290,88). Os menores valores foram os de Aracaju (R$ 204,06), Salvador (R$ 227,12) e João Pessoa (R$ 237,85).

Com base no preço da cesta básica em São Paulo, o Dieese calculou em R$ 2.561,47 o salário mínimo necessário para os gastos básicos de uma família. Esse valor corresponde a 4,12 o salário mínimo em vigor até dezembro (R$ 622). Essa proporção era de 4,04 vezes em novembro e de 4,27 em dezembro de 2011.

No último mês de 2012, a jornada média de trabalho necessária para um trabalhador que ganha salário mínimo adquirir os alimentos essenciais foi de 93 horas e 54 minutos, ante 92 horas e 10 minutos em novembro e 97 horas e 22 minutos em dezembro do ano anterior.

O Dieese apurou altas “bastante expressivas” do arroz nas 17 capitais pesquisadas. As principais variações foram registradas em Belém (69,01%), Natal (46,41%) e Aracaju (46,22%). “O preço do arroz sofreu impacto, principalmente, da redução da área plantada, o que ocasionou diminuição da oferta do produto no mercado interno”, diz o instituto.

Já o feijão teve todas as altas acima de 20% no ano passado. Chegaram a 46,64% em Belém, a 44,27% no Rio e 43,33% em Aracaju. “Assim como no caso do arroz, a oferta do produto também sofreu revezes devido a adversidades climáticas no momento do plantio, resultando em queda de produtividade média das lavouras.”

O óleo de soja, segundo o Dieese, sofreu influência do aumento de preços no mercado internacional e da redução da safra nacional. Os principais aumentos foram registrados em São Paulo (27,44%), Vitória (27,05%) e Porto Alegre (26,81%).

No caso da manteiga, as maiores variações foram as de Brasília (21,96%), Salvador (18,31%) e Florianópolis (17,93%). E o café teve as principais altas em Vitória (30,04%), Brasília (26,77%) e Belém (19,45%).

Fonte: Rede Brasil Atual