Os Ventos da Mudança – artigo de Flávio Dino

 

 Neste 2012 que se encerra amanhã, o povo maranhense mostrou uma coragem impressionante. Em dezenas de cidades disse um sonoro “não” aos desmandos da oligarquia que há décadas controla a máquina pública de nosso querido Maranhão e tenta, por meio dela, perseguir adversários e proteger aliados com o único objetivo de manter-se no poder. Quase nenhum esforço foi feito para que, em quase 50 anos, o Maranhão deixasse de frequentar as tristes últimas posições de todos os rankings nacionais em qualidade de vida. Ou seja, para o grupo dominante e apadrinhados, tudo. Para a imensa maioria do povo maranhense, poucos benefícios, apresentados como favores, quando na verdade são uma pequena parte dos direitos que todos têm.

Na próxima terça-feira, dia 1º de janeiro, toma posse nas prefeituras maranhenses uma nova geração de prefeitos. Muitos estão comprometidos com a mudança e com a melhoria de vida da população, a exemplo de São Luís, onde já estou para assistir à posse do meu amigo Edivaldo Holanda Jr.

Espero que todos os prefeitos, independentemente de quais partidos pertençam, possam mostrar à população maranhense, em 2013, que é possível implantar em nosso estado uma nova forma de governar, transparente e democrática. Ou seja, que, em primeiro lugar, antes de qualquer coisa, sejam capazes de ouvir os anseios da sociedade. E que possam agir de maneira republicana, ou seja, garantindo direitos para todos, cumprindo as leis.

Agir desta forma terá um efeito pedagógico no Maranhão. Poderemos mostrar que existem outras formas de gerir a máquina pública – ou seja, a “res” (coisa) “publica” (de todos). Tristemente, nosso estado permanece sendo exemplo dos vícios mais antigos e atrasados de como não se deve tratar a máquina pública. Aqui, graça o patrimonialismo, com o direcionamento irregular de recursos do Estado para famílias e grupos privados; e o coronelismo, com o controle absoluto da máquina pública por um grupo político, alojando protegidos em todas as estruturas estatais.

Recentemente, a Fundação Getúlio Vargas, órgão de ilibada reputação no cenário acadêmico nacional, divulgou uma pesquisa, o Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios, que deixa profundamente triste a todo aquele que ama esta terra. A pesquisa mostrou que, dos 100 municípios com menores valores do índice no Brasil, 54 são do Nordeste – sendo 34 só no Maranhão.

Um observador desavisado poderia afirmar que se trata de uma sina. Seria o destino de um pobre estado nordestino. Mas não, trata-se de um estado com riquíssimos bens naturais – com água e energia abundantes, portos, estradas e vias férreas – que conta com grandes investimentos do governo federal. O que então faz com que a qualidade de vida de nosso povo continue condenada a níveis tão baixos?

Pior: se nos últimos 10 anos o esforço dos presidentes Lula e Dilma fez com que melhorasse a qualidade de vida do povo nordestino, por que aqui no Maranhão os índices da FGV mostram piora? Entre 2000 e 2010, das cinco macrovariáveis analisadas pela Fundação, o Maranhão regrediu em três (Trabalho, Educação, Saúde/Segurança) e estacionou em duas (habitação e renda). O que pode explicar essa situação trágica – diante de tanto trabalho do povo maranhense e do aumento de recursos federais por Lula e Dilma – que não os equívocos de uma oligarquia decadente, preocupada apenas em perpetuar-se no poder?

Felizmente, os ventos que trazem 2013 começam a soprar, com novas esperanças, enchendo nosso coração de esperança e fé em um Maranhão de todos nós. Que Deus esteja conosco e nos proteja!

Feliz ano novo.