Paraguai: rechaço oficial à missão da Unasul afeta eleições

A constante recusa do governo paraguaio em aceitar uma missão de observadores da Unasul no processo eleitoral em curso continua a afetando o pleito, cuja transparência é necessária para acabar com o isolamento regional do país.

A administração de Federico Franco, que tomou posse em junho passado, após a rápida derrubada do presidente constitucional, Fernando Lugo, mantém uma forte campanha contra o Mercosul e a Unasul, que a sancionaram pela ruptura institucional.

A suspensão de participação do Paraguai nessas organizações afeta seriamente as relações externas do país e o exclui de eventos internacionais, como a Cúpula Ibero-Americana e a da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe, entre outros.

Embora a sanção seja apenas política, a interrupção de vínculo se reflete indiretamente na dependência histórica da economia paraguaia em relação a seus laços com Brasil e Argentina, os dois grandes vizinhos, com conseqüente dano à nação mediterrânea.

Essa tensão se intensifica com a repetida negativa à missão de observadores da Unasul, ainda que, de acordo com a resolução aprovada pelo órgão, juntamente com o Mercosul, esteja prevista a realização de eleições livres e transparentes para levantar o castigo.

Na tentativa de alcançar a aprovação internacional para as próximas eleições de abril, o Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE) enviou muitos convites para o acompanhamento dos organismos estrangeiros, alguns considerados de caráter nitidamente conservador.

Em suma, até agora, é garantida a presença de uma delegação enviada pessoalmente pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, sem o consentimento do Comité Permanente da organização, e, de antemão, declarada aliada do governo.

A União Europeia, que enviou uma representação observadora à capital do Paraguai, deverá decidir ainda a sua presença definitiva, e o mesmo se aplica ao Centro Carter, de acordo com o Tribunal, embora outras entidades de menor peso estejam em processo de aceitação definitiva.

No entanto, e mesmo contra o critério do TSJE, a negativa se mantém para a Unasul e a retificação ou desta posição intransigente pode ter uma influência importante sobre o verdadeiro significado das votações de 21 de abril.

Fonte: Prensa Latina