Avança a batalha de ideias no Paraguai, diz candidato de esquerda

A batalha das ideias é comum no Paraguai e confiamos em romper a dependência de partidos tradicionais subordinados a poderes econômicos, disse Aníbal Carrillo, candidato presidencial da esquerda.

Em entrevista concedida à Prensa Latina, Carrillo analisou a marcha do processo eleitoral no país, a organização da esquerda para as eleições do próximo mês de abril, a estratégia dos setores progressistas e os obstáculos a vencer para isso.

A partir do triunfo eleitoral de Fernando Lugo em 2008 existe um desenvolvimento crítico da consciência da população que vai avançando, especialmente entre os jovens, a favor de uma democracia entendida como o governo do povo e não como o governo das oligarquias, apontou.

Baseado nessa certeza é que a coalizão de partidos e organizações sociais constituída como Frente Guasú vai à batalha eleitoral este ano depois da quebra institucional de junho passado, com a destituição do mandatário constitucional, o que levou ao isolamento internacional do país.

Hoje no Paraguai temos uns golpistas que põem em perigo a convivência democrática, alimentados de forma subterrânea pelos poderes oligárquicos e mesquinhos dos grandes latifundiários e pecuaristas envolvidos no golpe de Estado, afirmou.

Carrillo confia em que a tomada de consciência popular se consolide com as denúncias da vinculação governamental com empresas transnacionais como Rio Tinto Alcan, expressão da velha aliança entre os poderes político e econômico conservadores, subordinados aos grandes interesses estrangeiros.

Por isso, vamos lutar neste processo eleitoral em meio do debate entre as possibilidades de um governo de mudança, sensível às demandas das maiorias, e outro vinculado ao dinheiro sujo com forte suspeita de ser proveniente do narcotráfico, pontuou.

Carrillo abordou o tema das garantias que a esquerda pode ter frente à estrutura eleitoral existente e a um governo favorável, não só aos poderes econômicos, mas também ao poder dos meios de comunicação quase totalmente em suas mãos.

Em primeiro lugar, defende a necessidade da organização com força suficiente e inteligência para neutralizar as tentações golpistas do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral que, assegurou, está absolutamente subordinado aos partidos tradicionais.

Esse Tribunal sempre atuará a favor de um governo não popular que saia destas eleições e inclusive impediu a inscrição de paraguaios residentes no exterior, aprovando apenas 22 mil de um total de 700 mil aptos a votar, constituindo uma fraude eleitoral, agregou.

Confiamos em nossa capacidade organizativa e na presença que pedimos de organismos internacionais como a Unasul e o Mercosul para supervisionar as eleições, a fim de ter algum tipo de garantias, e sobretudo na consciência popular majoritária no povo paraguaio, ressaltou.

Prensa Latina/Blog da Resistência [www.zereinaldo.blog.br]