Chile quer proibir manifestantes de esconderem o rosto

A solicitação do presidente chileno, Sebastián Piñera, de aprovar com caráter de urgência no Congresso o projeto de Lei Anti-encapuzados, para atacar o conflito na Araucanía gerou mal-estar nas comunidades desta região e diversos setores da oposição no Senado.

Encapuzados Chile

Piñera anunciou, no último domingo (13), que dará “urgência” para a aprovação da Lei Anti-encapuzados, impulsada pelo ministro do Interior Rodrigo Hinzpeter, para “evitar que as pessoas que participem de atividades públicas, como manifestações, tenham o rosto coberto”. 

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A norma pretende dar maiores “atribuições” aos uniformizados para combater “qualquer ato de violência”, reforçando a legislação para “proteger a integridade dos Carabineros [polícia chilena] e os cidadãos”.

A imprensa local destacou que o anúncio causou um mal-estar nas comunidades da Araucanía, que apontam que o governo quer vitimar-se e absolve-se de toda a responsabilidade no conflito de terras desta região chilena.

Deputados do Partido pela Democracia (PPD) e da Democracia Cristã (DC), além das diversas organizações sociais, expressarão seu repúdio ao projeto e questionaram que o governo pretenda buscar acordos na Araucanía enquanto promove a lei.

O descontentamento pela Lei Anti-encapuzados soma-se a provocada pela já sancionada Lei Antiterrorista, que permite ampliar a detenção de uma pessoa como terrorista, sem ter que apresentar perante um magistrado ou audiência de controle.

“Aqui a lei não está sendo aplicada no povo mapuche, como dizem alguns, está  sendo aplicanda aos terroristas, sejam da etnia que sejam, do lugar que sejam”, disse Piñera.

Durante as últimas semanas, se intensificou na Araucanía os incidentes vinculados ao denominado “conflito mapuche”, que desde os anos 1990 atinge aos grupos indígenas com empresas agrícolas e florestais que exploram uma terra que ancestralmente pertence ao povo mapuche.

Com TeleSur
Tradução da redação do Vermelho