Continua polêmica nos EUA sobre controle de armas de fogo

O debate sobre o controle das armas de fogo continua hoje nos Estados Unidos, um mês após o massacre em uma escola primária de Newtown, estado de Connecticut, onde morreram 26 pessoas.

Armas de fogo nos EUA

A comissão que estuda o tema, dirigida pelo vice-presidente Joseph Biden, se prepara para apresentar nesta terça-feira (15) um relatório preliminar com propostas concretas que devem ser implementadas nos próximos meses, mas que alguns meios de imprensa veem com pouco entusiasmo.

Entre as sugestões de Biden estará um aumento das revisões universais de antecedentes dos compradores de armas, para evitar que caiam em mãos de doentes mentais, ex-adeptos de ações violentas e criminosos perigosos.

A ideia é ampliar o alcance da lei aprovada pelo Congresso em 1998, a qual estabeleceu o Sistema Nacional Instantâneo de Revisão de Antecedentes Criminosos, administrado pelo FBI.

Mas este registro nem sempre é uma solução prática na luta contra o espiral de violência nos Estados Unidos, pois uma boa parte daqueles que cometem atos criminosos como o de Newtown nem sequer compraram as armas que utilizaram.

Além disso, ao menos 40 por cento das armas são adquiridas de forma ilegal, sem que seus compradores sejam submetidos à análise de antecedentes criminais.

Entre as organizações que favorecem este tipo de controle está a Associação Internacional de Chefes de Policia e uma coalizão de 700 membros denominada Prefeitos contra as Armas Ilegais.

A Associação Nacional do Rifle (ANR) lidera a iniciativa contra o aumento do controle de antecedentes criminosos para a venda privada de armas, com o pretexto de que ditas investigações seriam uma nova afronta aos direitos civis dos cidadãos estadunidenses.

David Keene, presidente da ANR, disse neste domingo (13) que sua organização tem apoio suficiente no Congresso norte-americano para bloquear este e outros projetos promovidos pelo presidente Barack Obama e destinados a restringir a venda de armas.

Para alguns políticos, a primeira demonstração da vontade do presidente neste tema será a forma como deve abordá-lo em seu discurso sobre o Estado da União, previsto para 12 de fevereiro, pelo valor simbólico que têm suas propostas nessa intervenção.

Fonte: Prensa Latina