Farc: projetos de lei vinculados à paz devem contar com o povo

 “O governo deve deter o encaminhamento de seus projetos de lei no Congresso relacionados com a paz, até que o povo fixe sua posição ao respeito”, consideraram, nesta quarta-feira (16), as Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP).

Ao chegar ao Palácio de Convenções, em Cuba, sede permanente das conversas das Farc com o governo colombiano, os guerrilheiros defenderam o processo de paz como um exercício de construção coletiva que inclui tanto a mesa de diálogos como os eventos e fóruns cidadãos.

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O membro da equipe das Farc-EP, Ricardo Téllez, dirigiu-se ao Ministro de Agricultura, Juan Camilo Restrepo, para referir-se a um projeto de lei sobre a repartição de terras em Colômbia.

"Seria inexplicável que o mencionado projeto de lei inicie seu percurso nas câmeras sem escutar os pontos de vista sobre terras debatidos nas mesa de paz e que não escute às aspirações sociais e políticas do país, diante de um tema considerado causa fundamental do conflito", afirmou.

As Farc solicitaram a Restrepo comparecer na mesa para sustentar esse projeto de lei e esclarecer se levará em conta os possíveis acordos adotados nos diálogos de paz.

Por sua vez, Restrepo emitiu um comunicado dizendo que corresponde aos porta-vozes participantes no diálogo "reagir, opinar e dar declarações em frente às propostas de uma e outra parte".

Apesar disso, sustentou que a política agrária do governo é avançada, audaz e nova, e "se fará respeitando o direito privado, respeitando a propriedade e respeitando os direitos adquiridos de boa fé".

O tema da terra é considerado a principal causa do conflito armado em Colômbia, e tem centrado desde o início as conversas entre Farc e governo encaminhadas a estabelecer a paz.

Fonte: Prensa Latina