França censura imagens da Guerra em Mali

Seis dias após o início da intervenção militar francesa em Mali, as autoridades impõem restrições aos meios de comunicação e as escassas fotos difundidas até esta quarta-feira (16) mostram pouco do ocorrido no campo de batalha.

"Mali, uma guerra sem imagens", intitula o jornal L'Express, "A armada francesa organiza a censura", denuncia o L'Humanité, enquanto Le Monde pergunta-se "Quais são as imagens da guerra em Mali".

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Até agora os vídeos e fotografias "não são mais que de calma e serenidade", indica o Le Monde e acrescenta que os jornalistas não puderam sair de Bamako e só filmam a aterrissagem dos aviões, o desembarque de tropas ou o treinamento dos soldados.

Oficialmente, por motivos de segurança as autoridades não autorizam os fotógrafos e cinegrafistas a irem além de Ségou, uma localidade ao norte da capital.

Thierry Thuiller, diretor de informação de France Televisions, considera que há outra razão para isso: as forças especiais, habituadas às operações secretas, não estão acostumadas à presença dos meios de imprensa.

Laurent Gervereau, presidente do Instituto de Imagens e responsável pelo lugar Decryptimages, recorda que por razões de propaganda, esta distância dos meios existe desde a Guerra do Golfo.

"Após esta época, sabe-se que é possível ganhar sobre o terreno e perder na frente da opinião pública que não está habituada a ver mortos em tempos de paz", acrescenta Gervereau.

Até o momento, os jornalistas enviados a Mali estão confinados em Bamako, longe da frente de batalha e reduzidos a retransmitir os comunicados a conta gotas do estado francês.

Fonte: Prensa Latina