Mali : "A intervenção militar comporta grandes riscos de guerra"

O Partido Comunista Francês (PCF) publicou em sua página na internet um pronunciamento sobre a intervenção militar francesa no Mali, chamando a atenção para os grandes riscos que comporta e exigindo o respeito à soberania do país africano.

O Partido Comunista Francês (PCF) compartilha a inquietação dos malineses diante da ofensiva armada dos grupos jihadistas rumo ao sul do país. Esses grupos islamitas radicais, com as suas práticas violentas, mostraram o perigo que representam para a dignidade humana, para as liberdades, a justiça e a estabilidade do Mali e toda a região.

O PCF manifesta mais uma vez sua preocupação perante a nova e grave situação criada pela retomada da confrontação armada no Mali. A intervenção militar francesa comporta grandes riscos de guerra e de impasse sem verdadeira solução durável para o povo malinês e para a reconstrução do país. Esta intervenção suscita a angústia legítima das famílias dos reféns, pois a vida destes está seriamente ameaçada. Sabe-se também que Denis Allex, feito refém na Somália, foi assassinado por seus "carcereiros" em seguida a uma operação da DGSE na noite de sexta-feira para sábado. Isto mostra quais são os perigos dramáticos e os limites das operações militares.

O PCF relembra que a resposta ao pedido de ajuda do presidente do Mali deveria inscrever-se no quadro de uma missão da ONU e da União Africana, no estrito respeito à Carta das Nações Unidas, nos limites impostos pela exigência da soberania malinesa. A França, antiga potência colonial, não pode aparecer pretendendo seguir as práticas dominantes da "françáfrica". Esta intervenção militar não elimina a necessidade de buscar uma solução política e o diálogo com os grupos da rebelião não ligados ao terrorismo e respeitosos da integridade territorial do Mali. É isso o que exigem as resoluções da ONU.
O PCF exige que as autoridades francesas respondam às pesadas questões colocadas por uma intervenção militar desencadeada por decisão do presidente da República e assumida sem um debate prévio no Parlamento.

Fonte: www.pcf.fr

Tradução do francês da Redação do Vermelho