Netinho: São Paulo dá mais um passo no combate ao racismo

Em ato realizado no Anhangabaú, na região central, nesta segunda-feira (21), o prefeito de São Paulo Fernando Haddad pediu paz e convivência harmoniosa. O momento foi para celebrar a criação da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, que será comandada por Netinho de Paula (PCdoB).

Netinho de Paula fala sobre a tolerância religiosa – Foto: Fernando Pereira / SECOM

O evento contou com a participação de líderes religiosos cristãos, judeus e de religiões de matrizes africanas celebraram a tolerância entre os diferentes credos, também esteva presente no evento Luiza Bairros, Ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A data também marca o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, data em que foi sancionada, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei 11.635/2007. 

Haddad destacou que São Paulo precisa paz. "Queremos que as pessoas se sintam mais seguras. Sabemos que para isso não é só reprimir a intolerância. É também cultivar, é educar, é aproximar. É fazer com que as pessoas percebam a diversidade como uma grande vantagem da cidade de São Paulo, que sempre soube acolher pessoas de todo o Brasil e do mundo”, afirmou o prefeito.

Com a alegria de sempre, Netinho reafirmou que São Paulo é uma capital de diversas nuances e que por isso é preciso entender tais diferenças. " A sociedade paulistana precisa assumir que ainda há racismo, que ele está aí fora e agride as pessoas. A partir do momento que ela se assumir como racista, ela pode trabalhar isso, a gente exclui uma sociedade que pode ajudar muito o país”, afirmou Netinho.

Segundo o secretário, "hoje [segunda (21)] é um dia especial, sobretudo para todas as lideranças do movimento negro, porque hoje pedimos igualdade e fazemos uma reflexão sobre a liberdade de crença. E com esta ação, São Paulo dá mais um passo no combate ao racismo".

Após o ato ecumênico, o evento seguiu com apresentações do Padre Marcelo Rossi (Igreja Católica), da cantora e deputada estadual pelo PCdoB-SP Leci Brandão (Tradições de Matriz Africana), da cantora Jamily (Igreja Evangélica), do Olodum e dos grupos Art Popular, Samprazer e Katinguelê. 

Igualdade Racial

Durante sua fala, a ministra Luiza Bairros disse que os ataques às religiões de matriz africana chegaram a um nível insuportável. “O pior não é apenas o grande número, mas a gravidade dos casos que têm acontecido. São agressões físicas, ameaças de depredação de casas e comunidades. Nós consideramos que isso chegou em um ponto insuportável e que não se trata apenas de uma disputa religiosa, mas, evidentemente, uma disputa por valores civilizatórios”.

De acordo com a ministra, o Estado estima que esses dados chegaram a um ponto insuportável e que não se trata apenas de uma disputa religiosa, mas, evidentemente, uma disputa por valores civilizatórios. O número denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência cresceu mais de sete vezes em 2012, quando comparada com a estatística de 2011, saindo de 15 para 109 casos registrados.

Luiza Bairros diz que os ataques são motivados principalmente por alguns grupos evangélicos. “Alguns setores, especialmente evangélicos pentecostais, gostariam que essas manifestações africanas desaparecessem totalmente da sociedade brasileira, o que certamente não ocorrerá”. E acrescentou, “nós queremos fazer com que essas comunidades também sejam beneficiadas pelas políticas públicas”.

Com Agências