Coreia Popular rechaça resolução da ONU e reafirma soberania

O governo norte-coreano rechaçou nesta quarta (23) uma resolução de condenação do Conselho de Segurança da ONU vinculada ao lançamento em dezembro passado do satélite Kwangmyongsong-3, por considera-la uma flagrante violação da soberania do país.

A reação das autoridades da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) afirma que o documento aprovado pela instância das Nações Unidas é uma tentativa de frear seu desenvolvimento econômico e o avanço de suas forças de defesa.

Uma declaração do Ministério de Relações Exteriores da RPDC divulgada pela agência oficial Kcna aponta que a resolução patrocinada pelos Estados Unidos está impregnada de medidas hostis — encaminhadas a ilegalizar o lançamento do satélite com fins pacíficos.
A resolução aprovada pela ONU está baseada em suspeitas de que o envio do satélite norte-coreano mascara a prova do foguete de longo alcance Unha-3 com fins militares.

Ao respeito, o documento da chancelaria norte-coreana explica que todos conhecem que a tecnologia de míssil balístico é a única maneira de lançar um satélite artificial e que enquanto outros muitos países a utilizam lhe negam essa possibilidade à RPDC, o que qualifica de dupla moral.

Assim, a declaração rechaça a resolução da ONU e pede que esse organismo se desculpe pela grave violação da soberania deste país.

Ao mesmo tempo, a RPDC adverte que seguirá exercendo seu "direito independente e legítimo ao lançamento de satélite artificial com fins pacíficos segundo a lei internacional…"

A declaração oficial norte-coreana refere-se ainda que dada a evidência de que não há mudanças na política hostil dos Estados Unidos contra a RPDC "sacamos a conclusão final de que é impossível a desnuclearização da Península Coreana antes de que seja desnuclearizado o mundo".

A respeito desse tema, destaca que a Declaração Conjunta de 19 de setembro 2005 aprovada nas conversas a seis lados "é letra morta" devido ao recrudescimento da política hostil dos Estados Unidos.

No futuro, esclarece, poderão celebrar-se diálogos sobre a paz e a estabilidade da Península Coreana e região, "mas não terá conversas sobre a desnuclearização da península".

A RPDC adverte que adotará "qualquer contramedida física para ampliar suas forças de autodefesa, inclusive o dissuasivo nuclear, frente a cada dia mais aberta campanha de sanção e pressão dos EUA".

O documento qualifica o Conselho de Segurança de fantoche dos Estados Unidos e assegura que as resoluções desse organismo se somam à política hostil de Washington contra a nação, destinadas a desarmar e derrocar ao governo de Pyongyang.

Fonte: Prensa Latina