Primeiro ato da Sepir SP pede paz e respeito à diversidade
O primeiro ato da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo, realizado na última segunda-feira, 21, reuniu artistas e diversos líderes religiosos e políticos para marcar o dia municipal de combate à intolerância religiosa.
Publicado 24/01/2013 18:49 | Editado 04/03/2020 17:17

Além da mensagem de paz, no evento foi comemorado também a criação da Sepir. “Essa é uma vitória do movimento negro, que lutou para evolução da coordenadoria da igualdade racial para efetivação da Secretaria”, ressaltou Netinho, secretário da Sepir.
Netinho, que foi também o criador da data em nível municipal, defendeu a liberdade do culto de fé. “Hoje pedimos igualdade e fazemos uma reflexão sobre a liberdade de crença".
O pedido de igualdade encontra eco nos dados divulgados no relatório do Disque 100, serviço de denúncia da secretaria nacional de direitos humanos. Segundo o relatório, os casos de intolerância cresceram mais de 600%.
Para Luiza Bairros, ministra da secretaria nacional de políticas para promoção da igualdade racial do governo federal, combater a intolerância significa também combater o rascismo.
“Hoje a intolerância tem um endereço certo, que são as comunidades de matriz africana. Tenho certeza que a Sepir SP vai representar as bandeiras que nos foram legadas pelo movimento negro”, defendeu Luiza.
Orgulho da diversidade
Presente no ato, o prefeito Fernando Haddad, falou que São Paulo é a cidade da diversidade e que a população tem motivos para comemorar isso.
“São Paulo é uma cidade grande e todo mundo tem espaço para ter suas crenças e cultivar o seu Deus. E isso, representa o patrimônio dessa cidade; essa convivência pacífica”, sustentou o prefeito.
Para o prefeito é preciso ações mais consequentes e a repressão à intolerância não resolve o problema da insegurança que a população sente. “É [preciso]também cultivar, é educar, é aproximar. É fazer com que as pessoas percebam a diversidade como uma grande vantagem da cidade de São Paulo, que sempre soube acolher pessoas de todo o Brasil e do mundo”, afirmou Haddad.
Ato Ecumênico e Show
A parte política da atividade foi precedida por um ato ecumênico que reuniu rabinos, sheiques, padres, pastores, babalorixás, líderes da umbanda, candomblé e espíritas.
Também fez parte do evento um show que teve como apresentador o cantor Rappin Hood e contou com a participação do Padre Marcelo Rossi, da cantora evangélica Jamily, dos grupos Olodum, Art Popular, Samprazer e Katinguelê.
Participaram também: Wander Geraldo, presidente do PCdoB de São Paulo, Jamil Murad, vice-presidente estadual da legenda comunista, Alcides Amazonas e Leci Brandão, representantes do legislativo paulista, Laércio e Floriano Pesaro, vereadores paulistanos e Denise Dau, secretária de mulheres do governo municipal.
Por Ana Flávia Marx