Europa deixa claro interesse por aliança estratégica com AL

A cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos e a União Europeia (Celac-UE) foi concluída neste domingo (27) com a "Declaração de Santiago", documento final da cúpula, adotado por um total de 60 países participantes, que destacou, entre outros temas, a importância de evitar o protecionismo e promover o comércio entre a Europa e a América Latina e o Caribe.

Piñera e Raúl Castro - Reuters

Idealizada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, a Celac reúne todas as nações americanas, com exceção dos Estados Unidos e Canadá. A próxima Celac-EU será realizada em Bruxelas em 2015.

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Os responsáveis europeus, José Manuel Barroso, da Comissão Europeia, e Herman van Rompuy, do Conselho Europeu, reiteraram o interesse de criar com a América Latina uma verdadeira aliança estratégica e verem-se, ambas as regiões, como aliadas e sócias não somente para enfrentar desafios, mas também para contribuir com soluções para a questão do desenvolvimento.

Van Rompuy disse estar surpreso com a consciência que têm a América Latina e a Europa sobre sua interdependência e previu um futuro de cooperação e colaboração entre ambas as regiões.

Sebastián Piñera, presidente temporário da Celac — função assumida neste domingo (27) pelo mandatário cubano, Raúl Castro — apontou que o resultado deste encontro será a aliança estratégica entre a América Latina e a Europa, vendo-os como aliados e sócios não somente para enfrentar desafios por meio de novas relações mais responsáveis no campo social e do meio-ambiente, mas também unir forças para que esta comunidade, que representa um terço dos membros da Organização das Nações Unidas, contribua com mais soluções no contexto internacional.

"Precisamos construir, todos, juntos, o futuro dos nossos países. Esta união é mais do que estratégica, é necessária. É mais do que oportuna, é urgente", discursou Piñera. Ele lembrou que, se a UE chega à cúpula em meio a uma "dolorosa crise", não se pode esquecer que a Europa tem uma economia importante e uma cultura milenar, destacando ainda o sólido compromisso da região com a liberdade, a democracia e o respeito aos direitos humanos.

Van Rompuy reiterou depois em coletiva de imprensa que a zona do euro já não está em risco existencial, que 2012 foi para essa região um ponto de mudança e agora somos muito mais capazes de lidar com o tipo de choque que vivemos durante a crise, mas admitiu que ainda passará algum tempo até que consigam se recuperar.

Mercosul

Após reunião com Dilma Rousseff, a presidenta argentina, Cristina Kirchner declarou que os países do Mercosul só começarão a trabalhar em busca de uma proposta de aliança comercial com a UE depois das eleições presidenciais do Paraguai, em abril. O Paraguai está suspenso do Mercosul desde junho do ano passado, quando um golpe parlamentar destituiu o presidente legitimamente eleito, Fernando Lugo.

Da Redação do Vermelho,
com informações do La Jornada