Disputa acirrada marca eleição para novo líder do PMDB na Câmara

Maior partido em tamanho no Congresso, o PMDB sofre um racha interno provocado por peemedebistas que disputam as lideranças do partido na Câmara e no Senado. Enquanto a sigla está unida em torno das candidaturas do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para as Presidências das duas Casas, não há consenso sobre os nomes que vão ocupar as lideranças.

Na Câmara, são três candidatos disputando o cargo – Sandro Mabel (GO), Eduardo Cunha (RJ) e Osmar Terra (RS). Todos dizem ter votos suficientes para levar a disputa a um segundo turno. Numa tentativa de tentar acalmar os ânimos internamente, os três devem se reunir na manhã de esta quarta-feira (30) para fechar um acordo de não agressão até o dia da eleição.

"Não acho que ganho no primeiro turno, mas serei o primeiro colocado", disse Cunha à Folha. "Estou no segundo turno. Estão tentando canibalizar os meus votos", disse Terra em referência aos boatos de que atuaria numa linha de oposição, em razão de ter votado em 2010 na candidatura de José Serra (PSDB) à presidência da República. De sua parte, Mabel tem andado com uma lista com nomes de supostos apoiadores à sua campanha, no qual também diz ter a maioria dos votos.

No Senado

No Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) disputa o cargo de líder do PMDB com Eunício Oliveira (PMDB-CE). Jucá ameaça levar a decisão para o voto depois que o partido lhe ofereceu a segunda vice-presidência do Senado – mas o peemedebista deseja voltar à liderança, cargo com maior visibilidade e atuação.

Eunício diz ter o apoio de Renan e da cúpula da sigla, em acordo firmado no ano passado quando o candidato à Presidência do Senado deu início às conversas para se eleger ao comando da Casa. Em almoço patrocinado ontem (29) pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a cúpula peemedebista tentou convencer Jucá a sair da disputa. O vice-presidente, Michel Temer, entrou em cena para evitar que o racha interno provoque rusgas na candidatura de Renan – que declarou seu voto em Eunício.

Função de relevância

A função da liderança do PMDB é encaminhar as votações nas comissões e no Plenário, designar parlamentares para relatorias, e até ministros. Os líderes podem fazer uso da palavra, em qualquer momento da sessão, e tratar de assunto de importância nacional ou defender a linha política do partido.

Os líderes ainda são responsáveis por indicar os deputados para compor as comissões técnicas, especiais e temporárias, e registrar os candidatos para concorrer aos cargos da Mesa Diretora.

Jun to com o presidente da Câmara ou do Senado, eles participam das reuniões do Colégio de Líderes, que define as matérias que irão para a pauta do Plenário.

Da redação em Brasília
Com agências