Tribunal da Guatemala dará início a julgamento de ex-generais
O tribunal guatemalteco abrirá nesta quinta-feira (31) a primeira audiência de um julgamento contra os ex-generais Efraín Ríos Montt e Mauricio Rodríguez por genocído e delitos de lesa humanidade, enquanto a defesa anunciou que apresentará recursos para estender o processo.
Publicado 31/01/2013 11:33

O juiz Miguel Ángel Gálvez convocou as partes envolvidas a apresentar provas, logo após referir-se, na segunda-feira passada, às atas ministeriais de 142 testemunhas, com 126 certificações, 84 declarações e 61 perícias apresentadas pelo Ministério Público contra os dois ex-militares.
A decisão adotada pela autoridade política foi celebrada à porta da Torre de Tribunais, onde dezendas de pessoas queimaram pequenos fogos em cerimônias mayas junto a um altar com fotos dos desaparecidos em um conflito armado que comoveu o país centroamericano entre 1960 e 1996.
“Apresentaremos recurso à Câmara de apoio à Corte Suprema de Justiça, com o propósito de deter o início do julgamento oral e público”, confirmou nesta quarta-feira (30) Francisco Palomo, um dos advogados de Ríos Montt, que chegou ao poder mediante um golpe de Estado em 1982.
Palomo afirmou que, caso este recurso, serão realizados outros porquê, a seu ver, seu cliente nunca ordenou qualquer massacre, ainda que a Corregedoria responsabilize os dois ex-militares pela matança de 1.771 indígenas da etnia maya ixil entre março de 1982 e agosto de 1983, durante a ditadura de Ríos Montt.
Também se divulgou que César Calderón, advogado do ex-general Rodríguez, elabora outro recurso para favorecê-lo.
O presidente Otto Pérez Molina se manifestou sobre este caso, dizendo que o Governo respeita o que faz o Poder Judiciário, e todos os processos que se levem a cabo.
Por outro lado, a Associação para a Justiça e a Reconciliação (AJR) e o Centro para a Ação Legal em Direitos Humanos (Caldh) qualificaram de histórico o fato de que pela primeira vez em Guatemala se ordenou iniciar um julgamento por genocídio e violações dos direitos humanos.
“Este passo em direção à justiça é de suma importância para as milhares de pessoas sobreviventes dos massacres em Guatemala”, consideraram essas organizações demandantes através de um comunicado.
Na semana passada o fiscal Orlando López ratificou as provas incriminatórias e as acusações contra ambos os ex-militares.
Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho