Livro revela o terrorismo de Estado racista e denuncia que “além de genocídio, houve feminicídio” no país centro-americano. Conforme documenta a obra, obedecendo a “política de extermínio”, “o estupro foi utilizado na Guatemala para destruir a continuidade biológica, social e cultural do povo maia através do corpo das mulheres”. Por isso, além de clamar por justiça aos mais de 200 mil mortos e 45 mil desaparecidos massacrados entre 1960 e 1996 com o objetivo de abrir caminho à dominação estrangeira, elas levantaram a voz, coletivamente, para denunciar o silêncio que as manteve caladas e construir um país soberano em que tenham direito a existir.
Relatos mostram brutalidade usada contra indígenas pelas Forças Armadas da Guatemala. Oficialmente, entre 1960 e 1996, houve 200 mil mortes e 45 mil “desaparecimentos”
Paulo Estrada, coordenador da Associação de Familiares de Detidos e Desaparecidos da Guatemala (Famdegua), denuncia que foram encontrados no local, em Cobán, 565 ossaturas, mais de 90 de crianças e adolescentes. Ali também funcionava uma base militar.
No “Dia Nacional contra o Desaparecimento Forçado na Guatemala”, em San Juan Comalapa, lideranças e familiares recordam descoberta do cemitério coletivo de centenas de corpos e reafirmam solidariedade com a Palestina e luta pela justiça
“Na Guatemala, como em Gaza, a assessoria militar israelense defendia o assassinato de toda a população”, denuncia o líder camponês Daniel Hernandez
Arturo Albizures afirma que “o governo israelense atuou em conjunto com os EUA na repressão que provocou mais de 200 mil mortes e 45 mil desaparecidos”
Disputas políticas provocam medo de ruptura democrática desde agosto, quando esquerda foi eleita. Ministério Público do país atua para desestabilizar o novo governo
O cônsul honorário Nidal Alhadwe foi gravemente ferido enquanto ia para uma manifestação de apoio à Palestina
Procuradores considerados corruptos apreenderam e abriram urnas que davam vitória ao social-democrata Bernardo Arévolo.
Filho do ex-presidente Juan Arévalo, eleito após a revolução de 1944, Bernardo assume a presidência em janeiro de 2024. Ele obteve mais de 59% dos votos
Sociólogo e diplomata Bernardo Arévalo, do Movimento Semente, é o favorito no duelo contra a ex-primeira-dama Sandra Torres.
Mais: Reuters – “Baixa da inflação nos EUA acelera queda do dólar” / Confirmado segundo turno na Guatemala / Extrema-direita avança na Europa.