Aldo Rebelo: Minimizar o dano

A Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016 são dois grandes eventos de múltiplos efeitos positivos na sociedade brasileira – daí porque é do interesse nacional que toda sociedade usufrua de seus legados.

Por Aldo Rebelo*

Aldo Rebelo - Randômica

Mundial de futebol e Olimpíadas significam investimentos, oportunidades de negócios, inovações tecnológicas, reformas urbanas que dinamizam o aparato socioeconômico e, naturalmente, geram um ambiente festivo típico das competições que, no conjunto, envolvem duas centenas de países ou representações esportivas.

Inevitavelmente, a magnitude das obras, sobretudo dos 53 projetos de mobilidade urbana executados nas 12 cidades-sede da Copa, intervém na estrutura urbana. Os caminhos necessários aos novos veículos leves sobre trilhos, as vias de trânsito rápido, os corredores e as 10 estações, terminais e centrais de controle de tráfego demandam remoções.

Ao pesarmos os ônus e bônus sociais, não é lícito recorrer à ética utilitarista da imagem do omelete, mas cumpre admitir que as obras seguem o conceito do interesse coletivo. A palavra de ordem no governo federal é fazer o que precisa ser feito, como é a tarefa imemorial do poder público, mas de uma forma em que os danos sejam minimizados e as perdas, compensadas. Muitos milhões de pessoas serão beneficiadas, de vez que o objetivo é o bem comum. Nada deve ser feito com soberba e indiferença pela sorte dos que sofrem transtornos.

Nessas ocasiões sempre surgem grupos oportunistas que se projetam explorando o infortúnio alheio. Como são contra o governo, pintam a Copa como um tsunami. No entanto, é saudável que os atingidos se organizem e debatam com os governos a melhor forma de todos se beneficiarem desse momento especial que o Brasil vive ao receber os dois maiores eventos do planeta.

A festa da Copa e das Olímpiadas é, como forró, para todos.

* Aldo Rebelo é ministro do Esporte, deputado federal licenciado pelo PCdoB

Fonte: Diário de São Paulo