Ibran cataloga espécies em extinção no DF e Goiás

As populações do Distrito Federal e de Goiás conhecerão os animais que correm risco de extinção em suas regiões. O Instituto Brasília Ambiental (Ibram), em parceria com pesquisadores locais e do estado vizinho, vai elaborar uma lista das espécies ameaçadas.

A previsão é que o trabalho seja concluído até o fim de 2013. Os dados serão reunidos em um livro vermelho – em sinal de alerta –, que será publicado e transformado em decreto distrital.

De acordo com Rodrigo Santos, analista ambiental e um dos responsáveis pelo projeto, a iniciativa vai contribuir para a preservação da fauna. "A lista vai ajudar na fiscalização e na elaboração de ações e estratégias de conservação. Além disso, vai restringir o uso de algumas áreas de acordo com a ocorrência das espécies e permitir punições mais rígidas ao tráfico de animais", destaca Rodrigo.

A primeira etapa do projeto incluiu a produção de um inventário da fauna de vertebrados do DF, publicado no site do Ibram no início de 2012. O estudo revelou a ocorrência de 833 espécies, que correspondem a 21,3% do total existente no Cerrado. Dessas, apenas 26 estão na lista nacional de risco de extinção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Segundo Rodrigo Santos, isso não dá a dimensão exata da situação dos animais em nível regional. "Muitas vezes uma espécie está em alerta máximo de risco no DF, mas é considerada fora de perigo em âmbito nacional. Uma avaliação específica vai dar peso maior à nossa fauna", explica o analista do Ibram, que aponta a conscientização ambiental como outro ponto positivo. "As pessoas terão acesso ao livro e saberão a importância de preservar a natureza", avalia.

Catálogo 

As espécies serão distribuídas em 11 categorias distintas conforme o grau do risco de extinção, que variam entre os casos de menor risco e de extinção efetiva. Ao todo, serão cinco critérios de classificação que levarão em conta redução da população, distribuição geográfica, tamanho dos grupos e intervenção humana. O lobo-guará, a onça-pintada e o tamanduá-bandeira são algumas das potenciais espécies em extinção que deverão constar na publicação.

Cerca de 30 analistas ambientais do Ibram e das secretarias de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF e de Goiás estão envolvidos no projeto. Além deles, sete pesquisadores de universidades foram convidados para coordenar os grupos de animais. Eles estão divididos por classe: mamíferos, anfíbios, répteis, aves, peixes, invertebrados aquáticos e invertebrados terrestres.

Em um primeiro momento, os grupos vão preencher fichas com informações detalhadas sobre a biologia e a localização das espécies. Depois, serão realizadas oficinas entre os coordenadores e pesquisadores especializados nas classes animais. Nos encontros, os profissionais vão avaliar os dados e definir o risco de extinção de cada uma.

A elaboração da lista segue as diretrizes da Lei Complementar nº 140, de dezembro de 2011, que determina a cooperação entre União, estados, DF e municípios na proteção do meio ambiente e preservação das florestas, da fauna e da flora. A meta é que a revisão da lista seja feita a cada cinco anos.