Joe Biden: Os EUA estão dispostos a conversar com o Irã

Os Estados Unidos estão preparados para iniciar conversações diretas com o Irã depois do “afastamento causado por suas ambições nucleares”, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou. Em discurso na Conferência sobre Segurança Internacional em Munique neste sábado (02), Biden disse que “ainda há tempo, ainda há espaço para a diplomacia, apoiada pela pressão, ser bem sucedida.”

Biden insistiu que “a bola está no campo do governo do Irã”, mas não mencionou os sucessivos pacotes de sanções impostos pelos EUA, no âmbito na ONU, contra o Irã. Quando perguntado sobre uma previsão para que Washington inicie conversações diretas com Teerã, Biden respondeu: “quando a liderança iraniana, o supremo líder [Aiatolá Ali Khamenei] estiver levando a sério.” No mês passado, o Irã anunciou planos para aumentar drasticamente o passo do enriquecimento de urânio, que pode ser usado para produzir tanto combustível para reatores quanto núcleo físsil de ogivas.

O governo iraniano afirma que não quer armas nucleares e que tem o direito de enriquecer urânio para um programa nuclear civil. Revelou também seu último caça de combate no sábado (02), um bombardeiro manufaturado domesticamente que muitos oficiais militares dizem poder evadir os radares. O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad disse na emissão de uma cerimônia pela TV estatal que a construção dos Qaher-313 (ou Dominador-313) marca a vontade iraniana de “conquistar picos científicos.”

O Qaher é um dos designs de várias aeronaves produzidos pelos militares iranianos desde 2007. A República islâmica lançou um programa militar dos anos 1980 para compensar por um embargo de armas imposto pelo Ocidente, que baniu a exportação de tecnologia e equipamentos militares para o Irã. Desde 1992, o país produziu seus próprios tanques, veículos blindados para tropas, mísseis, torpedos, aeronaves não tripuladas (drones) e aviões de combate.

A Rússia e os EUA se aproximaram ao concordarem sobre uma estratégia a respeito do programa nuclear iraniano, mas os dois países continuam divididos sobre como lidar com a crise na Síria.

Biden atacou, na conferênia: "o presidente Assad, um tirano imprudente apegado ao poder, não está mais em condições de liderar o povo sírio e precisa partir.” O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, chamou a afirmação de Biden de contraprodutiva: “a persistência daqueles que dizem que a prioridade é remover o presidente Assad, eu acho, é a única maior razão para a continuação da tragédia na Síria.”

Com The Guardian
Tradução da Redação do Vermelho.