Israel prende legisladores do Hamas na Cisjordânia

O governo israelense prendeu 23 membros do Hamas na Cisjordânia nesta segunda-feira (04), incluindo legisladores, de acordo com o partido e com o Exército israelense. O Hamas declarou que os três legisladores – Ahmed Attoun, Hatem Qafisha and Mohammed al-Talhad – tinham sido detidos no começo da manhã, junto com vários líderes locais do partido.

“Isso é um ato criminoso que não vai conseguir parar a luta deles”, dizia a declaração, “nós, no movimento Hamas, condenamos firmemente a campanha de prisões arbitrárias que levaram dúzias de líderes” do partido.

Uma porta-voz militar israelense disse não poder confirmar se os legisladores do Hamas tinham sido presos e não deu qualquer nome ou motivo para as prisões. “25 palestinos foram presos e 23 deles eram do Hamas”, ela disse.

Hanan Ashrawi, um oficial palestino na Cisjordânia, condenou as prisões, descrevendo-as como parte de “planos deliberados de Israel para desestabilizar a situação interna, interferir nas instituições israelenses e golpear a reconciliação nacional”, de acordo com a agência de notícias AFP.

Os EUA, Israel e a União Europeia consideram o Hamas uma “organização terrorista”, mas o partido venceu as eleições parlamentares palestinas em 2006, em eleições legítimas. Em 2007, depois do colapso do governo de unidade nacional formado com o Fatah e de embates armados entre os dois partidos, o Hamas tomou o controle na Faixa de Gaza e excluiu do território o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas  (do Fatah), que é reconhecido pelo Ocidente.

Os esforços egípcios para mediar uma reconciliação entre Hamas e Fatah, ainda estão em andamento, sem previsões positivas para uma reaproximação eficaz e retomada de um governo de unidade nacional.

Enquanto isso, deslegitimar o Hamas como partido político fornece a Israel instrumentos supostamente legais para a prisão dos seus membros de forma aleatória e sem prestar explicações jurídicas, já que há leis que permitem “prisões administrativas”, ou seja, sem acusação e sem processo legal.

Com Al-Jazeera
Tradução da Redação do Vermelho