Argentina: "Direito deve prevalecer sobre prepotência militar"

“É necessário, para quem deseja um mundo mais justo, no qual o direito se imponha sobre a prepotência militar, que redobremos esforços para que o Reino Unido retome as negociações [pela soberania das Malvinas]”, destacou o Ministro de Relações Exteriores Héctor Timerman durante o encontro com políticos, acadêmicos, escritores e jornalistas de 18 países europeus que entre esta quarta (6) e quinta-feira debaterão sobre a questão das Ilhas Malvinas, em Londres.

Héctor Timerman - Argentina - Embaixada Argentina

Durante sua exposição na reunião com os 18 Grupos Europeus pró Diálogos pelas Malvinas, Timerman fez um repasse histórico da disputa desde que o Reino Unido usurpou as ilhas e destacou que, em 1985, a ONU repudiou a aplicação do direito de autodeterminação com o qual se protege o governo britânico para convocar um referendo entre os habitantes das ilhas.

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“Qualquer outra forma de proceder seria legitimar um ato de usurpação e aceitar que os habitantes das ilhas transformem-se em juízes de uma disputa territorial da qual seu próprio país faz parte”, afirmou.

Por este motivo, para o chanceler, o conflito “não é um mais um caso de colonialismo, mas uma situação que coloca a prova a justiça de todo o sistema internacional, já que é inaceitável que existam Estados que por seu poderio militar ou seu pertencimento ao clube das grandes potencias pretendam omitir as resoluções das Nações Unidas”.

Neste sentido recordou que no último 3 de janeiro a presidenta Cristina Kirchner enviou uma carta pública para o primeiro ministro britânico, David Cameron, onde reiterou seu convite “para retomar o caminho do diálogo” e lamentou que “o Reino Unido persiste com sua negativa em sentar-se à mesa de negociação”. 

A situação se agrava “com a exploração dos recursos maturais e a realização periódica dos exercícios militares nas Malvinas”, concluiu o chefe da diplomacia argentina.

Fonte: Página 12
Tradução da redação do Vermelho