Secretário de Defesa dos EUA recomenda corte de despesa militar

Apenas alguns dias antes de deixar o cargo, o secretário de Defesa dos EUA Leon Panetta recomenda a limitação dos pagamentos militares, diminuindo efetivamente os salários para o próximo ano, em discurso nesta quarta-feira (06), na Universidade de Georgetown.

Panetta recomendará ao Congresso dos EUA que os salários aumentem menos, em 1%, em 2014. O Pentágono calculou que a Tabela de Custos do Emprego do Departamento do Trabalho para 2014 é esperado para ficar acima de 1%, mas ainda pretende cortar salários porque há “incertezas orçamentárias”, segundo declaração de um funcionário do departamento à rede de notícias CNN.

Para 2013, um aumento de 1,7% foi aprovado, com base na tabela, que foi a base para os salários militares pelos últimos anos. Três oficiais do Pentágono confirmaram detalhes do plano à CNN. Os chefes de Estado-maior também concordaram com o plano proposto por Panetta. Uma aprovação final para o salário viria do Congresso na forma do orçamento para 2014.

A recomendação está ligada à recomendação orçamentária do Departamento de Defesa para 2014, que poderá ser enviada ao Congresso ainda em fevereiro, segundo um dos oficiais. Mas eles reconhecem que o plano será visto como um esforço para pressionar o Congresso no sentido de parar os cortes orçamentários automáticos que podem entrar em vigor se nenhum acordo for alcançado sobre a redução de gastos.

A decisão se dá em meio a elevação da retórica de Panetta sobre os cortes no Pentágono se a confiscação entrar em efeito. O presidente Obama, em 2012, havia protegido os salários militares contra cortes, mas se este plano atual vigorar, será visto como “cortando nossos salários”, disse um oficial militar à CNN. “É uma jogada inteligente, coloca a decisão nas mãos do Congresso”, ele completou.

Panetta, em um dos seus últimos discursos oficiais como secretário de Defesa, disse na Universidade de Georgetown, na quarta-feira (06), que o Pentágono “enfrenta a crise de prontidão mais séria em mais de uma década.”

O secretário de Defesa explicou uma série de possíveis cortes caso o Pentágono seja forçado a achar mais meio trilhão de dólares em poupanças. Ele disse que 800.000 trabalhadores civis poderiam ficar de licença por 22 dias e que as Forças Armadas teriam que cortar despesas em treinamento e manutenção, o que colocaria dois terços dos times de combate em “níveis reduzidos de prontidão.” As operações navais no Pacífico poderiam ser cortadas em um terço, e as horas de voo da Força Aérea e as manutenções de armas poderiam ser diminuídas.

A CNN também disse nesta semana que a Marinha poderá anunciar que não tem fundos para pagar por reabastecimentos e manutenções do porta-aviões Abraham Lincoln. Isso significará essencialmente que a Marinha está sem um porta-aviões e que os envios militares ao exterior serão diminuídos.

Fonte: CNN
Tradução da Redação do Vermelho