Condições de trabalho: vigilantes no Amazonas entram em greve

Os vigilantes de Manaus entraram em greve nesta quarta-feira (13). Os trabalhadores ameaçavam suspender os serviços desde o dia 1º de fevereiro quando realizaram uma paralisação. Nove mil funcionários cruzaram os braços nesta manhã. 

As reivindicações do sindicato envolvem o pagamento do valor que completa os 30% de periculosidade previsto na Lei 12.740/2012 para trabalhadores que se expõem a roubos ou outras espécies de violência física durante a atividade profissional.

Atualmente, é pago o adicional de risco assegurado por convenção coletiva. No entanto, conforme o Sindicato dos Vigilantes do Amazonas (Sindevam), há ainda 10% do dinheiro que não está sendo repassado para a classe.

O delegado federal do Sindevam, Ângelo Lima, disse que não pretendem negociar uma flexibilização no pagamento do benefício, já que o mesmo é previsto na Lei Federal, sancionada no último dia 10 de dezembro.

“A lei é clara e diz que é válida a partir de sua publicação. Eles já deveriam estar pagando os 30% de periculosidade. Mas eles querem pagar apenas 25% e o restante na convenção coletiva”, ressaltou Lima.

A categoria dos vigilantes é formada atualmente por 17 mil profissionais, 13 mil apenas em Manaus. Conforme o Sindevam, 25% dos vigilantes do Estado atuam na rede bancária e o restante realiza a segurança de empresas privadas, principalmente as do Polo Industrial de Manaus (PIM). O salário-base de um vigilante hoje é de R$ 782.

Negociação

A negociação já dura dois meses. Segundo os vigilantes, a categoria tenta negociações desde o dia 18 de dezembro. "Disseram que iam pagar, mas agora só querem fazer o repasse depois. É o nosso direito", ressaltou Valderli da Cunha, presidente do Sindevam. O valor é acrescentado ao salário base que é de R$ 782, em Manaus. Cerca de 30% dos funcionários devem continuar atuando nas instituições durante a greve.

Entre as instituições que os trabalhadores da vigilância atuam estão bancos, escolas, hospitais, universidades, indústrias e órgãos públicos. "O vigilante morre, muitas vezes, em combate com um assaltante para defender o patrimônio que nem é dele. Somos as maiores vítimas da marginalidade de Manaus", ressaltou Cunha. A categoria está concentrada na Praça Heliodoro Balbi (Praça da Polícia), no Centro de Manaus, até o meio-dia.

A greve da categoria dos vigilantes ocorre em paralelo com o movimento do Espírito Santo e Paraná. No último dia cinco, os trabalhadores de vigilância do Mato Grosso do Sul suspenderam a movimento grevista.

Com informações do G1