Exibição de filme com Yoani Sánchez é cancelada em Feira

Na chegada da blogueira no Museu Parque do Saber Dival da Silva Pitombo, cerca de oitenta pessoas a receberam com vaias e com frases que a acusavam de ser contra Cuba e de ter ligação com os Estados Unidos (“Yoani Sanches, vendida para os Ianques” e “Cuba sim, Yoani não! Viva Fidel e a Revolução”, eram algumas das frases). Além da visitante, estavam também do evento, o senador Eduardo Suplicy (PT), o ex-vereador Angel Almeida (PT) e o cineasta Dado Galvão.

Entre os manifestantes, estavam membros da UJS (União da Juventude Socialista), da Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz) e da Associação José Martí, que também estiveram no desembarque da cubana no aeroporto de Salvador. Caio Botelho, da UJS, desmente a informação de que foram eles que impediram a exibição do filme e de tenha havido agressão.

“A nossa intenção não era impedir a exibição do documentário, inclusive pedimos que ele fosse exibido. Como houve atrasos, eles preferiram cancelar alegando o problema do horário. O nosso objetivo era outro, era dar nossa cara, nossa opinião, sobre o assunto”, explica Caio.

A sessão do filme foi transformada em um debate e, nesse momento, os manifestantes exigiram o direito de ter um representante na mesa de discussão. “Já que o evento se pretendia democrático, era preciso que a gente também participasse do debate”, contou o membro da UJS. O escolhido para compor a mesa foi o próprio Caio Botelho.

Na sua breve participação, Caio pediu que Yoani assinasse uma declaração em que atesta ser contrária ao bloqueio econômico feio pelos Estados Unidos à Ilha e que defende a libertação dos cinco heróis cubanos presos no país norte-americano, dois dos assuntos que a blogueira se recusa a comentar. Yoani não assinou o documento.

Novos protestos devem acontecer durante a passagem da cubana na cidade. Nesta terça-feira (19/2), ela participa de um almoço com jornalistas e de um debate com universitários.

De Salvador,
Erikson Walla