Salvador registra 21 casos de agressão a mulheres por dia

A violência contra a mulher é mesmo um caso sério. Desde o dia 1º de janeiro a 20 de fevereiro, foram registradas 1.702 ocorrências nas unidades da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Brotas e Periperi. Uma média de 21 registros por dia. O número equivale a 16,4% dos 10.352 casos computados ano passado. Ameaças, lesões corporais, violência moral e psicológica figuram no topo das violências cometidas pelos agressores, na maioria das vezes companheiro, pai, irmão e namorado.

O número de queixas cresceu 2,8% em 2012, se comparado às 10.064 denúncias de violência doméstica contabilizadas no ano anterior. De acordo com a delegada titular da DEAM de Brotas, Heleneci Souza, a alta procura às especializadas ocorre por conta das mudanças de atitude das vítimas. Segundo a delegada, as mulheres passaram a ter coragem para denunciar por conhecerem os direitos.

Por conta do crescente índice, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Salvador participou de audiência com o prefeito ACM Neto (DEM) e representantes do Centro Loreta Valadares (CRLV), coletivo de Mulheres do Calafate, Defensoria Pública, Superintendente de Políticas para Mulheres e Núcleo de Estudos Interdiciplinares sobre a Mulher (NEIM) da UFBA. O encontro ocorreu na quinta-feira (21/02), com o objetivo de discutir as fragilidades da rede de proteção à mulher.

Participaram as vereadoras Aladilce Souza (PCdoB), vice-presidente da Comissão, Fabíola Mansur (PSB) e Tia Eron (PRB), a presidente do colegiado permanente. Elas apontaram a inexistência de quadro próprio de pessoal, a necessidade de manutenção dos funcionários cedidos de outros órgãos para evitar descontinuidade da assistência, a reavaliação da composição do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher, bem como a necessidade de verba para aluguel e compra de materiais.

Para Aladilce, é lastimável a atual política de proteção às mulheres em Salvador. “Em 2013, a expectativa é de redirecionamento de recursos. A mulher, e em especial em situação de violência, é munícipe e precisa de atenção. É necessário que a Secretaria de Políticas para as Mulheres tenha orçamento próprio e maior do que o atual”, finaliza.

De Salvador,
Maiana Brito, com agências