Redução da taxa de energia surte efeito; inflação desacelera

Dois índices que acompanham semanalmente a evolução dos preços – o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação instituto de Pesquisas Econômicas (IPC/Fipe) e o Índice de Preços ao Consumidor-Semanal da Fundação Getulio Vargas (IPC-S/FGV) – mostraram expressiva desaceleração na passagem da segunda para a terceira semana de fevereiro.  

No índice da Fipe, a alta passou de 0,83% para 0,52%, enquanto no dado coletado pela FGV a variação passou de 0,55% para 0,26%. No caso da FGV, em três semanas o indicador de inflação passou de 1,01% para 0,26%.

O dado da terceira semana surpreendeu os economistas da Fipe, que reduziram a projeção esperada para fevereiro de 0,45% para 0,37%. Na FGV, a expectativa é de uma leve alta no índice da quarta semana por uma maior influência dos preços dos combustíveis. Por enquanto, as projeções dos economistas para a variação do IPCA, considerado o índice oficial de inflação, é de uma alta entre 0,4% e 0,45% em fevereiro. Na prévia do índice, referente ao dia 15 de fevereiro, a alta ficou em 0,68%.

Na Fipe, os preços dos alimentos continuaram desacelerando na terceira semana de fevereiro e foram a principal surpresa do IPC. Esse grupo de despesas subiu 0,54%, ante 1,04% na quadrissemana anterior e 2,10% na mesma medição de janeiro, levando o índice a subir 0,52% ante 0,83% na segunda semana. Foram os alimentos que fizeram a instituição revisar a estimativa de inflação para fevereiro.

O economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, afirmou que o efeito da queda dos preços da energia elétrica sobre os condomínios foi o principal responsável para aprofundar a desaceleração do IPC-S na quadrissemana encerrada em 22 de fevereiro. Energia elétrica e condomínio contribuíram para que o item habitação passasse de uma deflação de 1,25% na segunda quadrissemana de fevereiro para uma queda de 1,87% na quadrissemana encerrada no dia 22.

A energia elétrica caiu 17,24% – ante 13,39% na quadrissemana encerrada dia 15 -, enquanto o condomínio recuou 3,94%. Segundo Braz, sem a influência desses dois itens, o IPC-S teria subido 0,88%. Para o próximo resultado, que será fechado dia 28, o economista prevê leve aceleração do índice por causa do reajuste da gasolina, ocorrido no fim de janeiro. 

Fonte: Valor Econômico