ONU pede US$ 2 bilhões de ajuda contra cólera no Haiti

A Organização das Nações Unidas convocou nesta quinta-feira (28) a comunidade internacional a contribuir para o financiamento de um novo plano do governo haitiano, com a finalidade de eliminar a transmissão do cólera no país, com US$ bilhões em 10 anos.

O pedido foi feito pelas organizações Mundial e Panamericana de Saúde e tem seu foco em grandes investimentos nos setores de água e saneamento, segundo um documento distribuído na sede da ONU em Nova York.

Com tal propósito, a diretora da Agência Panamericana, Carsissa Etienne, pediu que os esforços em torno desse projeto sejam harmonizados e alinhados para que proporcionem os recursos financeiros necessários.

O plano das autoridades haitianas enumara uma série de investimentos escalonados em infraestrutura de água e saneamento básico, sistemas de monitoramento da qualidade da água e sua administração.

Também inclui medidas de prevenção, vigilância e gerenciamento dos casos de cólera, assim como outros tipos de ações, como a vacinação de grupos determinados.

Nos dois primeiros anos (2013-2015), a execução dos investimentos demandará cerca de US$ 486 milhões de dólares, dos quais US$ 81 bilhões para la reabilitação, expansão e manutenção dos sistemas de água potável e controle de qualidade de água.

Também está projetado o investimento de outros US$ 60 milhões para a eliminação de águas residuais e de esgoto e US$ 74 milhões para fortalecer o Departamento Nacional de Saneamento e de Água do Haiti, de acordo com a informação veiculada pela ONU.

A epidemia de cólera surgiu em outubro de 2010 e até agora contagiou mais de 650 mil pessoas, resultando na morte de mais de 8 mil.

Dados da Agência Panamericana de Saúde indicam que atualmente são registrados 1,5 mil novos casos por semana no país.

A crise do cólera no Haiti surgiu em meio ao rescaldo da tragédia provocada pelo terremoto de 12 de janeiro de 2010, que deixou mais de 300 mil mortos e 1,3 milhão de pessoas desabrigadas.

A responsabilidade pelo surgimento do vírus é atribuída, por vários grupos, a um destacamento de soldados nepaleses da missão da ONU presente ao país, que teriam contaminado as águas do rio Artibonite com seus dejetos.

A acusação nunca foi admitida pelas Nações Unidas, que acaba de recusar um processo de indenização apresentado pelas vítimas da epidemia.

O pedido contra a ONU foi apresentado pelo Instituto para a Justiça e a Democracia no Haiti e o Birô de Advogados Internacionais, em representação de mais de 5 mil pessoas que foram atingidas pela doença.

Fonte: Agência Brasil