China e Irã reiteram direito persa a programa nuclear pacífico 

A China reafirmou nesta quinta-feira (7) que o diálogo e as negociações são a única via para solucionar o tema nuclear iraniano e defendeu o direito da República Islâmica do Irã a usar a energia atômica com fins pacíficos. Este é o objetivo do Irã, de acordo com várias declarações oficiais, que lembram a assinatura persa do Tratado de Não Proliferação nuclear. 

O embaixador iraniano para a Aiea, Soltanieh - AIEA

A diplomata Hua Chunying, porta-voz de Beijing, disse que a prática de anos recentes demonstra que manter e promover negociações ajuda a solucionar adequadamente o problema de forma integral e afirmou que as recentes conversações no Cazaquistão (há cerca de 2 semanas) tiveram resultados dinâmicos.  

A China considera que todas as partes envolvidas devem aumentar os esforços diplomáticos de forma flexível e prática, e lançar negociações substanciais o mais breve possível, de acordo com Hua.

Os representantes do Irã, da União Europeia, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, França, Reino Unido, Rússia e China) mais a Alemanha encontraram-se em Almaty, no Cazaquistão, para mais uma rodada de negociações.

O Irã está comprometido com o diálogo

O Irã, por outro, lado, reiterou a sua disposição ao diálogo e até a ceder em alguns aspectos para que o grupo com quem negocia sinta maior segurança e perceba o compromisso persa com um entendimento, ainda que sofra a imposição de sanções constantes já há anos.

Nesta quarta-feira (6), porém, o governo mostrou-se frustrado com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), já que um acordo substancial ainda não foi alcançado entre a agência e o governo devido à falta de autoridade do time negociador do organismo.

O embaixador iraniano para a AIEA, Ali Asghar Soltanieh, recebeu uma delegação da agência em Teerã em fevereiro, e que um “controle remoto” acionado desde a sede da agência impediu que as negociações fossem frutíferas.

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Soltanieh disse que o seu governo havia permitido o acesso dos enviados da agência à base militar Parchin, onde se supõe que houve testes nucleares, para demonstrar o comprometimento do Irã com o processo de diálogos, mas disse também: “entretanto, não podemos simplesmente abrir qualquer base militar sem qualquer critério.”

O diretor geral da AIEA Yukiya Amano havia exigido na segunda-feira (4) que o governo iraniano desse acesso à base militar, mas o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã respondeu que a agência deve apresentar documentos explicando a intenção da visita; Fereidoon Abbasi completou a declaração afirmando que a base nunca foi usada para testes nucleares.

Enquanto o Irã demonstra comprometimento com o diálogo e com os objetivos pacíficos de seu programa nuclear, as sanções seguem impostas contra o país. Ainda, quando o país questiona as exigências de inspeções quase arbitrárias, mesmo que correspondidas já há mais de 10 anos, estes quesitonamentos são considerados pelo Ocidente indícios de uma intenção bélica por parte da república persa.

O líder supremo iraniano, Ayatolá Alí Khamenei, disse nesta quinta-feira (7) que as próximas conversações do Irã com o Grupo 5+1 serão uma prova da sinceridade ocidental, que tem um histórico de descumprir acordos e que usa o tema nuclear como pretexto para a imposição de sanções.

Com Prensa Latina e Xinhua News,
Da Redação do Vermelho