Dirceu: Aécio precisa da polêmica para empinar sua candidatura

 Necessária, para se dizer o mínimo, a polêmica sustentada há dias pelo senador candidato a presidente da República Aécio Neves (PSDB-MG) com a presidenta da República, Dilma Rousseff.

Ele precisa da polêmica para empinar sua candidatura, e a presidenta Dilma tem realmente que esclarecer quem fez o quê em relação aos principais programas sociais de seu governo. Principalmente que eles não são os que os tucanos dizem que tocavam na administração deles no Palácio do Planalto.

Em uma nova resposta ao senador, que acusou o governo federal de pretender acabar com a pobreza extrema por "decreto", a presidenta negou nesta 4ª feira (ontem) que a sua administração faça política social "na canetada". Ela deu a nova resposta durante discurso para prefeitos e governadores na cerimônia em que anunciou R$ 33 bi para investimentos em saneamento básico, esgotamento sanitário e mobilidade urbana previstos no PAC.

"Todo mundo acha que o Bolsa Família a gente faz na canetada. O Bolsa Família precisou de arte e engenho. Precisou de vontade política", discursou a presidenta, interrompida por aplausos. A chefe do governo destacou, ainda, que ao longo dos últimos 10 anos, todos os 36 milhões de brasileiros cadastrados no Bolsa Família estão acima da linha da miséria. "Isso não é milagre, não é malabarismo", enfatizou.

Senador-candidato volta a atacar

Aí, de novo, o senador voltou a atacar. Considerou ontem que a presidenta petista precisa "respeitar o passado", a criação de programas de distribuição de renda que, segundo ele, havia durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Aécio retrucou: "Vi na declaração da presidente uma insistência em dizer que o Bolsa Família não foi feito em uma canetada. Certamente não foi em uma canetada. Foi um decreto presidencial, e não custa aqui refrescar a memória dos brasileiros, decreto assinado pelo presidente Lula, que, na verdade, incorporava os programas criados pelo presidente Fernando Henrique."

O senador também criticou o anúncio feito pela presidenta, de projetos de saneamento, pavimentação e mobilidade para cidades acima de 250 mil habitantes. O governo vai repassar R$ 33 bi para a execução dos projetos. "Eu havia dito que o Palácio do Planalto havia se transformado em um Cabo Canaveral, cada semana um lançamento novo. Mas dessa vez o Planalto se superou, porque nem Cabo Canaveral faz relançamentos. A presidente lança hoje um conjunto de obras de saneamento que já havia lançado em janeiro para os prefeitos que aqui vieram", atacou o tucano.

OK, como vemos a polêmica para o senador Aécio é necessária. Até porque ele vai, cada vez mais, perder espaço para a eventual candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB. E a presidenta Dilma faz bem em responder ea ssa falácia que o senador-candidato insiste em repetir – falácia já três vezes derrotada nas urnas (2002, 2006 e 2010) -, de que o governo Lula é continuidade do deles.

Não é continuidade coisa nenhuma

Nem no programa Bolsa Familia e nem na área de saneamento e mobilidade urbana. Naquela era tucana a política era simplesmente impedir os investimentos públicos e privatizar tudo também no saneamento. E não havia nenhuma política séria na área da mobilidade, era como se o problema não existisse.

Os fatos estão aí. É só os brasileiros se darem ao trabalho de comparar os governos deles e os nossos, trabalho de fazerem exatamente o que os tucanos tanto temem, que é comparar os dois períodos. Por que eles temem, afinal?

Do Blog do Zé Dirceu